Publicidade
SÃO PAULO – Dia 24 de julho de 2006: há exatos 7 anos, a MMX Mineração (MMXM3) fazia sua estreia na BM&FBovespa. De lá pra cá, as ações da companhia acumulam desvalorização de 57,67%, em um período marcado por diversas mudanças no Grupo EBX, de Eike Batista, promessas não cumpridas e adiamento de projetos – como da Mina de Serra Azul, de Minas Gerais, que teria início em 2014 e acabou sendo “empurrado” para 2017.
Até 2008, assim como as demais empresas “X”, a MMX vivia um período de fartura na bolsa, atingindo em 11 de junho daquele ano seu patamar mais alto da história (R$ 20,87), representando uma valorização de 492% do preço do IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês).
Entretanto, nos últimos meses, as ações têm tido um desempenho típico daqueles papéis especulativos – que sobem muito e descem mais ainda. Com promessas não cumpridas e falta de credibilidade no mercado, os papéis da companhia sofreram um baque de 62,47% este ano. A distância entre o que havia sido prometido por Eike Batista na época do IPO e os resultados atuais ajudam a explicar o desempenho negativo das ações: na época, o controlador da empresa disse que ela produziria 37 milhões de toneladas de minério de ferro por ano até 2011; hoje, ela produz apenas 7,4 milhões.
Continua depois da publicidade
Em 3 de julho deste ano, os papéis da mineradora atingiram o menor patamar da história, quando alcançaram a marca de R$ 1,00 no intraday daquele dia. A derrocada, entretanto, não foi apenas dos papéis da MMX, mas também de todas as ações das empresas “X”. Naquele mesmo pregão, a OGX Petróleo (OGXP3), LLX Logística (LLXL3), OSX Brasil (OSBX3) e CCX Carvão (CCXC3) e MPX Energia (MPXE3) – única empresa que Eike não é mais o controlador – também figuraram perto das suas mínimas históricas.
O desempenho dos papéis é resultado da crise no grupo controlador, EBX, que se acirrou no início deste ano, com o anúncio de que os poços da OGX, empresa de petróleo do grupo, atualmente em operação no campo de Tubarão Azul não terão sua produção aumentada e poderão parar de produzir ao longo de 2014.
Empresa à venda?
Em meio ao cenário conturbado, o mercado aponta que foi coloca em marcha o plano completo de desmembramento do Grupo X. A joia da coroa da MMX é seu porto, o Sudeste, no litoral do Rio de Janeiro, e não suas minas, que são de baixa qualidade. Por isso, vem crescendo rumores de que o porto estaria entre uma acirrada disputa envolvendo empresas nacionais e internacionais.
Continua depois da publicidade
Segundo informações do Valor, siderúrgicas brasileiras que investem em minério de ferro, mas não possuem porto próprio, estariam interessadas para comprar o porto, como é o caso de Usiminas (USIM3; USIM5), Gerdau (GGBR4) e ArcelorMittal, evitando que o porto caia nas mãos da suíça Glencore Xstrata e holandesa Trafigura – com as quais a MMX já confirmou negociações à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O UBS também disse em relatório que há interessados nacionais e internacionais em comprar ativos do Grupo EBX.
Na área portuária, a MMX tem expectativa de que o Porto Sudeste atinja capacidade de embarque de 50 milhões de toneladas por ano até 2016, podendo ser elevada para 100 milhões de toneladas – embora tal decisão ainda esteja em fase de análise no Inea (Instituto Estadual do Ambiente).
Por sua vez, na área de minas, a avaliação é que dificilmente a companhia levará adiante a expansão em Serra Azul, pois teria de investir pesado nas instalações de extração e beneficiamento de minério tipo itabirito duro. Em abril, a MMX ainda previa elevar em quase cinco vezes a produção de Serra Azul, das 6 milhões de toneladas de 2012, para 29 milhões de toneladas até 2015. Posteriormente, entretanto, a MMX afirmou, em nota, que na revisão de seu plano de negócios optou por desacelerar o projeto de expansão em Serra Azul.