Latam pede recuperação judicial nos EUA; Brasil não está incluído no processo

Aérea afirmou que "anuncia reorganização para garantir sustentabilidade no longo prazo"; Argentina, Brasil e Paraguai não estão incluídos no processo

Equipe InfoMoney

Avião da Latam (Wikimedia Commons)

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SÃO PAULO – O Grupo Latam Airlines informou em comunicado nesta terça-feira (26) que a companhia e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos pediram recuperação judicial nos EUA por conta da crise do novo coronavírus.

No documento, a empresa aérea afirmou que “anuncia reorganização para garantir sustentabilidade no longo prazo”. Argentina, Brasil e Paraguai não estão incluídos no processo de reorganização pelo Capítulo 11. “A entidade da LATAM no Brasil está em discussão com o governo brasileiro sobre próximos passos e suporte financeiro às operações brasileiras”, informou. O Capítulo 11 faz parte da lei de falências dos EUA e permite prazo para que as companhias se reorganizem financeiramente.

Após a notícia, os recibos de ações da companhia negociados na Nyse (New York Stock Exchange) caíam 39,92%, a US$ 1,55, no pré-market da bolsa americana. Contudo, com o pedido feito pela companhia, os negócios foram suspensos hoje na Bolsa americana, o que é comum quando as empresas pedem proteção judicial.

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“A Latam entrou na pandemia de Covid-19 como um grupo de companhias aéreas saudável e lucrativo, mas circunstâncias excepcionais resultaram em um colapso na demanda global que não apenas levou a aviação a praticamente uma paralisação, mas também mudou o setor para o futuro próximo”, disse Roberto Alvo, CEO da empresa.

“Implementamos uma série de medidas difíceis para mitigar o impacto dessa disrupção sem precedentes no setor, mas, no fim das contas, esse caminho é a melhor opção para estabelecemos as bases certas para o futuro do nosso grupo de companhias aéreas. Estamos olhando adiante, para um futuro pós-Covid-19, e focados em transformar nosso grupo para que ele se adapte a uma nova e evolutiva maneira de voar, com a saúde e a segurança de seus passageiros e funcionários em primeiro lugar”, destacou.

A maior companhia aérea da América Latina disse ter conseguido financiamento de acionistas, incluindo as famílias Cueto e Amaro e Qatar Airways, para fornecer até US$ 900 milhões (R$ 4,90 bilhões) em financiamento.

Além disso, no momento do pedido, o grupo afirmou que tinha aproximadamente US$ 1,3 bilhão (ou R$ 7 bilhões) em caixa disponível.

A aérea destacou que, além do Brasil, está em discussões com governos do Chile, Colômbia e Peru para auxiliar na obtenção de financiamento adicional, proteger empregos e minimizar a interrupção de suas operações.

O grupo afirmou que está comprometido em preservar a continuidade dos negócios à medida que se reorganiza – especialmente em relação a funcionários, clientes, fornecedores, parceiros comerciais e comunidades locais. A companhia afirmou que ela e suas afiliadas continuarão operando voos de passageiros e de carga, sujeitos a restrições de demanda e de viagem.

A empresa disse ainda não ter resposta no momento para questões de funcionários, fornecedores e clientes, mas apontou ter criado uma página para avisos e informações: www.LATAMreorganizacion.com. A Latam ressalta que, incluídas ou não no registro, todas as empresas do grupo continuarão a operar conforme as restrições de viagem e a demanda permitida.