”Lawtechs”: o que são e o que oferecem as empresas desse novo mercado? CEO explica

Com mais de 1 milhão de advogados prontos para atuar no Brasil, esse é um mercado com potencial, de acordo com Rafael Heringer, CEO da Jurídico Certo, uma das startups que fazem parte desse nicho

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Seguindo a onda das fintechs, que unem a tecnologia à prestação de serviços financeiros, surgem no mercado brasileiro as chamadas lawtechs – ou legaltechs –, empresas que, por sua vez, oferecem serviços jurídicos com o auxílio da tecnologia. Com mais de 1 milhão de advogados prontos para atuar no Brasil, esse é um mercado com potencial, de acordo com Rafael Heringer, CEO da Jurídico Certo, uma das startups que fazem parte desse nicho.

A proposta da Jurídico Certo é voltada para dois nichos diferentes. O primeiro, da pessoa física, onde atua como um intermediário entre o cidadão e um advogado cadastrado na plataforma, mais adequado para o caso apresentado por ele; através de uma solicitação, a empresa conecta o consumidor a um advogado da área da mesma cidade. De acordo com o CEO, não se trata de uma consulta jurídica, mas sim da intermediação entre as duas partes.

Outro serviço que a empresa oferece é o de contratação de correspondentes para escritórios de advocacia. “Quando escritórios precisam cobrir audiências em outros Estados ou precisam de sérvios pontuais em outros locais, nós facilitamos a contratação de um correspondente para realizar esse serviço. Antes, essa contratação acontecia através de ligações, listas, indicações, e agora, com a internet, isso fica mais fácil tanto para os escritórios quanto para o advogado autônomo”, explicou Rafael.

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No último ano, a startup viu o número de solicitações de pessoa física crescer mais de 100%, principalmente nas áreas cível, trabalhista, familiar e penal. A projeção do CEO é de que, em todos os serviços oferecidos, a empresa apresente um crescimento de 120% em relação ao ano passado, tanto em faturamento quanto em volume de solicitações. A plataforma também deve fechar o ano com mais de 100 mil profissionais cadastrados.

Ainda assim, segundo Rafael, existem dificuldades a serem superadas: “esse é um mercado muito tradicional, estamos lidando com advogados e escritórios de advocacia muito renomados. Nosso obstáculo foi e é de mostrar que a internet facilita a prestação de serviços e que ela é segura, existe toda uma seleção”, disse.

Na opinião do CEO, a projeção geral do mercado para os próximos anos é mais que otimista: “mesmo que ainda estejamos crescendo, nós e as demais lawtechs acreditamos que este é o ano para nosso mercado, pois as pessoas já têm confiança o suficiente em contratar os serviços jurídicos através da internet. A ideia de pedir indicação para a família, amigos e conhecidos já não está tão forte, principalmente porque através da internet você consegue saber mais sobre a vida do advogado, sua trajetória profissional, é mais transparente”, disse.

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Já em junho deste ano, a Jurídico Certo e outras startups do mercado lançarão sua própria associação, a AB2L, cujo objetivo é o de regulamentar a área, definir a prestação de serviços e reduzir as burocracias.