Indústria de máquinas e equipamentos fecha 11 mil postos de trabalho em março

Diminuição das exportações e queda de faturamento estão entre os motivos que desencadeou as demissões

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – No mês de março a indústria de máquinas e equipamentos demitiu cerca de 16,4% da mão de obra, o que equivale a 11 mil postos de trabalho, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).

A redução representa 3% no nível de emprego do setor, responsável por empregar 350 mil pessoas diretamente e quase um milhão de indiretos, conforme dados da entidade.

A expectativa é de mais demissões nos próximos meses devido à queda de faturamento de algumas empresas, que pode passar de 50% até junho, de acordo com José Velloso, presidente executivo da Abimaq.

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“Ninguém pode dizer exatamente o número de demissões, mas estimamos que pode chegar a 15% do nível de emprego da nossa indústria, o que significaria 50 mil empregos diretos e mais 150 mil indiretos, o que pode chegar a 200 mil pessoas”, afirma.

Apesar do cenário, Velloso pontua que a entidade segue em negociação com sindicatos em todo país para ajudar na redução de jornada e salários ou na suspensão temporária de contratos e evitar demissões.

Queda no faturamento agrava crise

Mais da metade das empresas consultadas pela pesquisa registrou perda de receita com a queda no nível de exportação, e a previsão é de perdas maiores nos próximos 60 dias.

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A pesquisa também identificou uma queda de 53% nas importações de insumos.

O aumento dos preços de matérias-primas e materiais intermediários utilizados na produção afetam diretamente a competitividade das empresas do setor, de acordo com associação.

Para passar pela crise, 79% das empresas responderam que pretendem fazer uso de empréstimos para cumprir suas obrigações com folha de salários, pagamento de fornecedores, impostos, parcelas de financiamentos assumidos e outras despesas fixas.

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Entre as medidas anunciadas emergencialmente para mitigar os efeitos do coronavírus na economia, 95,1% das empresas participantes da pesquisa responderam que a postergação do pagamento dos impostos contribui para a manutenção das atividades produtivas.