Indecisões no processo de fusão de Pão de Açúcar podem pressionar suas ações

Santander afirma que investidor deve vender suas posições no papel, já Ativa recomenda compra, de olho em alta para 2012

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SÃO PAULO – Na última terça-feira (28), o mercado observou a proposta recebida pelo Carrefour para uma fusão entre o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) e o Carrefour Brasil. A reação veio instantaneamente, com uma forte valorização de 12,64% no pregão. Para a Ativa Corretora, a tendêndica é de pressão no curto prazo, enquanto isso, Santander recomenda realização de lucros.

Para Leonardo Milane, estrategista do Santander, os investidores que estiverem comprados nas ações preferenciais do Pão de Açúcar devem realizar o lucro vendendo suas posições, após a forte alta da véspera. “Acreditamos que o imbróglio societário entre Cassino e o Grupo Pão de Açúcar pode durar mais tempo, gerando incertezas em relação a decisão final e aumentando a volatilidade do papel”, explica o estrategista.

Nesta quarta-feira (29), as ações da companhia fecharam com queda de 3,07% – maior queda do índice -, após chegarem a registrar ganhos de mais de 12% no intraday. O volume financeiro também foi surpreendente, somando R$ 1,669 bilhão, praticamente um quarto do giro financeiro total das ações negociadas na BM&F Bovespa.

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Negativa no curto, positiva no longo prazo
Para Julia Monteiro, analista da Ativa, as incertezas no processo de negociação fazem com que essa notícia seja negativa para a empresa no curto prazo, trazendo volatilidade par a ação. Para a analista, um dos pontos principais é o descontentamento mostrado pelo sócio controlador, Casino, dizendo que o modo de negociação de Abílio Diniz é ilegal.

Contudo, se a fusão for efetivamente aprovada pelo Cade (Conselho Administrativa de Defesa Econômica), será positiva para o Grupo, já que as sinergias geradas criarão a maior varejista do País, com vendas projetadas em mais de € 30 bilhões.

Recomendação
Para a analista, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 88,10 para junho de 2012, o que representa um potencial de valorização de 24,1% com base na última cotação de fechamento.