Uber é multada em US$ 459.000 na França por violações de dados

Esta é a terceira penalidade aplicada por países europeus pela mesma violação

Bloomberg

App do Uber

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(Bloomberg) — A Uber Technologies recebeu uma multa de 400.000 euros (US$ 459.000) do órgão de vigilância à privacidade da França após um ciberataque, em 2016, que comprometeu dados de milhões de clientes e de dezenas de milhares de motoristas.

Esta é a terceira penalidade aplicada por países europeus pela mesma violação, informou o órgão francês, conhecido como CNIL, acrescentando que publicou a decisão devido ao “grande número de pessoas atingidas e à necessidade de conscientizar outras operadoras”. O órgão com sede em Paris acusou a unidade francesa da Uber, Uber France, de não oferecer proteção suficiente aos dados dos usuários.

A empresa revelou em novembro do ano passado que hackers haviam roubado dados pessoais de 57 milhões de clientes e motoristas da Uber, uma grande violação que a empresa havia ocultado por mais de um ano. A empresa de carona compartilhada demitiu o diretor de segurança e um de seus assessores por terem mantido o ataque cibernético em sigilo, o que incluiu o pagamento de US$ 100.000 aos hackers.

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A multa francesa eleva o total de penalidades na Europa a mais de US$ 1,6 milhão. O montante inclui multas de 600.000 euros e de 385.000 libras (US$ 488,7 milhões) emitidas pelas autoridades holandesas e britânicas pelo descumprimento da obrigação de proteger os dados pela Uber. As penalidades poderiam ter sido muito maiores se a violação tivesse ocorrido após 25 de maio, quando entraram em vigor novas regras de privacidade válidas para toda a UE que deram aos órgãos reguladores o poder de multar as empresas em até 4 por cento das receitas anuais.

Capítulo fechado

A Uber informou em comunicado, nesta quinta-feira, que está “satisfeita por fechar este capítulo” relacionado ao incidente de 2016.

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“Como informamos as autoridades europeias durante as investigações, fizemos uma série de melhorias técnicas na segurança de nossos sistemas logo após o incidente e nos anos posteriores”, informou a empresa com sede em São Francisco. “Além disso, fizemos mudanças significativas na diretoria para assegurar um nível adequado de transparência perante reguladores e clientes daqui para frente.”

A Uber anunciou neste ano a contratação de seu primeiro diretor de privacidade, de um chefe de proteção de dados e de um novo diretor de segurança e confiança. “Aprendemos com nossos erros e mantemos nosso compromisso de ganhar a confiança dos nossos usuários todos os dias”, afirmou.

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Logo após as revelações de violação de dados, no ano passado, vários órgãos reguladores europeus prometeram investigar possíveis violações das leis de privacidade. Em novembro de 2017, o grupo de 28 autoridades criou uma força-tarefa liderada pelo órgão de fiscalização holandês para coordenar investigações sobre o ataque em toda a Europa.

A privacidade de dados é apenas uma das dores de cabeça da empresa com a justiça europeia. As multas foram anunciadas um dia depois de a Uber perder uma histórica ação judicial no Reino Unido a respeito dos direitos trabalhistas de seus motoristas — um julgamento que ameaça obrigar as empresas da florescente economia gig do continente a oferecer benefícios como férias remuneradas.

–Com a colaboração de Natalia Drozdiak.

Repórter da matéria original: Stephanie Bodoni em Luxemburgo, sbodoni@bloomberg.net

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Anthony Aarons, aaarons@bloomberg.net, Peter Chapman, Nate Lanxon

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