Novos iPhones não fazem sucesso e Apple pode estar em problemas

Ações da Apple acumulam queda de 22% nos últimos três meses por conta da preocupação com a queda nas vendas 

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – As ações da Apple abriram em baixa de 2,5% na bolsa norte-americana nesta sexta-feira (6). O motivo: a queda nas vendas dos novos modelos de iPhone, anunciados em setembro.

No mês passado, dois meses após o lançamento dos três modelos, a empresa revisou os números do iPhone XR e chegou até mesmo a cancelar o aumento na produção, dada a baixa demanda pelo dispositivo, o mais “baratinho” dos novos modelos.

A estimativa é de que, até o final do ano, os iPhones XS e XS Max também enfrentem queda nas vendas na casa dos 15% e 20%, motivadas pela forte concorrência e os preços mais altos que têm em alguns mercados – especialmente os emergentes, cujos custos aumentaram por conta da variação cambial. O Brasil é um dos países em que as vendas diminuíram: o modelo topo de linha da empresa, SX Max, chega a custar R$ 10 mil.

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Já no balanço do terceiro trimestre a Apple alertou os investidores de que a estimativa de Wall Street não seria atingida por conta dessas quedas. Isso motivou a empresa a experimentar novas estratégias de marketing para estimular a venda do iPhone, como corte nos preços.

Analistas consultados pelo Business Insider, entretanto, apontam que a queda nas vendas dos smartphones tem uma explicação muito maior: uma mudança no comportamento dos usuários. Angelo Zino, da CFRA, disse que os donos de iPhone agora ficam mais tempo com um mesmo modelo do celular conforme sua qualidade melhora e o preço médio deles fica mais alto. Isso leva a uma desaceleração no “ciclo de substituição do produto”, segundo o analista.

A expectativa é de que o ciclo dessa última geração de iPhones seja de baixa pela primeira vez desde o ano fiscal de 2016 e o ciclo do iPhone 6S, quando a receita da Apple caiu 12% e as unidades caíram 8%. Essa foi a primeira vez na história do smartphone, desde que foi lançado em 2007, que houve queda nas vendas.

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Não é possível garantir que, de fato, existe uma baixa demanda pelos smartphones, visto que na divulgação dos resultados do terceiro trimestre a Apple afirmou que não divulgará mais os números do iPhone. Neste mesmo trimestre a venda de iPhones cresceu somente 0,4% em relação a 2017.

Esse movimento não significa, entretanto, que os usuários do iPhone estão migrando para dispositivos de outras fabricantes, mas sim de que passaram a preferir comprar modelos anteriores dele. Números da Broadcom, fornecedora da Apple, divulgados nesta quinta-feira (6) mostram uma melhora em seus resultados justificada pela “demanda de smartphones mais antigos de um cliente norte-americano”. Ainda que a Apple não tenha sido citada no relatório, ela é a maior parceira dos EUA da companhia.

Vale lembrar que, como fez nas últimas gerações, a Apple abaixou o preço dos iPhones 7 e 8 após o lançamento da geração XS e XR, um dos fatores que alavancaram a busca pelos mais antigos.

As ações da Apple acumulam queda de 22% nos últimos três meses, mas no acumulado do ano têm alta de 3,9%.

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