EDP Brasil vê lucro líquido subir 15% no terceiro trimestre, a R$ 354 milhões

O Credit Suisse avaliou que a EDP Brasil publicou resultado fraco e um pouco abaixo das projeções da instituição

Equipe InfoMoney

(Divulgação EDP Energia)

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Impulsionado pelo reconhecimento de um efeito contábil, a EDP Brasil (ENBR3), uma das principais holdings privadas do setor elétrico, registrou lucro líquido de R$ 354 milhões no terceiro trimestre de 2019, crescimento de 15,3% frente a igual intervalo do ano anterior. No mesmo período de comparação, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 778,8 milhões, alta de 14,6%. As ações registram queda de cerca de 1,23%, a R$ 18,51, às 11h42 (horário de Brasília).

Segundo o presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, o resultado do terceiro trimestre foi positivamente impactado pelo reconhecimento de um montante de R$ 228 milhões, referente à atualização do chamado Valor Novo de Reposição (VNR) de suas distribuidoras. O VNR é um valor a receber pelos ativos pelo governo federal ao final do contrato de concessão, caso não seja renovado.

De acordo com Setas, essa atualização ocorreu em função da expectativa de, ao final da concessão, o porcentual atual de glosa dos investimentos realizados pelas distribuidoras do Grupo ser menor do que era considerado pelos contadores da empresa. Até então, a previsão da EDP Brasil era de uma glosa de 3% ao final dos contratos de concessão, o que ocorre em 2028, para a EDP São Paulo e 2025 para a EDP Espírito Santo. Contudo, no processo de aprovação do quinto ciclo de revisão tarifária pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o nível de glosa para a EDP São Paulo ficou em 0,7% e para a EDP Espírito Santo, 0,4%.

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“É óbvio que, com glosas nesses patamares, isso leva a o que os contadores revejam para baixo a expectativa de glosa nos ciclos futuros. Por isso, vamos reconhecer um valor mais alto e ter uma base de ativos incrementada com esse valor que não vai ser glosado”, explicou.

O executivo destacou que, embora seja um efeito contábil, esse reconhecimento também tem um valor econômico no futuro, por se tratar de uma valorização dos ativos da EDP Brasil. “É o poder concedente reconhecendo que a empresa tem um ativo que vale mais do que aquilo que estava registrado em seus livros contábeis”, acrescentou o presidente da EDP Brasil.

Contribuiu também para o resultado a conclusão da revisão tarifária da EDP Espírito Santo, realizada em sete de agosto deste ano. Embora a redução média na tarifa a ser percebida pelos consumidores da concessionária tenha sido de 4,84%, o processo resultou no aumento de 28,1% na Base de Remuneração Líquida, o que gera impacto positivo da rentabilidade da empresa.

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Em relação ao mercado consumidor, o executivo destacou que o volume de energia distribuído nas áreas de concessão do grupo vem crescendo acima da média nacional. No acumulado dos nove meses de 2019 frente ao mesmo período de 2018, o crescimento verificado foi de 2,6%, sendo 1,2% na EDP São Paulo e 4,8% na EDP Espírito Santo, ante média nacional no período de 1,1% no consumo de energia elétrica.

O Credit Suisse avaliou que a EDP Brasil publicou resultado fraco e um pouco abaixo das projeções da instituição, entretanto significativamente pior do que a previsão do consenso. “A diferença foi principalmente por causa do resultado de geração, que sofreu com os impactos do GSF, menor preço spot e menos energia comprada de Pecém”, escreveu, em relatório.

Sobre a receita consolidada, o recuo de 9,7% ocorreu por causa da menor receita da trading e aumento em operações intercompany. “Se olhar o resultado do IFRS, os números vieram fortes por causa da maior margem de construção e ajustes nos ativos financeiros da distribuição, mas esses elementos não tem efeito caixa”, acrescentou.

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(Com Agência Estado)