Disney anuncia corte de 7.000 funcionários; Boeing, Ebay e Zoom também terão demissões

Movimento de cortes de funcionários se espalha para além das gigantes de tecnologia e atinge setores diversos

Mariana Amaro

Bob Iger, executivo volta para a Walt Disney menos de um ano após se aposentar (Foto: REUTERS/Hannah McKay)

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As demissões em massa se alastraram para além das gigantes de tecnologia. Nesta quarta-feira (8) foi a vez do CEO da Disney, Bob Iger, anunciar cortes. A companhia demitirá cerca de 3% da sua força de trabalho, ou 7.000 funcionários. Essa é mais uma das medidas da companhia, informou Iger, de uma grande reestruturação que o executivo comandará visando uma economia de US$ 5,5 bilhões nos próximos anos.

Iger, que comandou a gigante de entretenimento por 15 anos, retornou para a posição de CEO após uma curta aposentadoria. Seu antecessor, Bob Chapek, havia assumido a posição em um dos momentos mais complicados para a empresa: em fevereiro de 2020, logo após a pandemia ser declarada. A crise sanitária levou ao fechamento de parques e restrições aos visitantes em todo o mundo e colocou o modelo de negócio da empresa à prova.

Em comunicado destacando os resultados da empresa, o executivo afirmou que “depois de um primeiro trimestre sólido, estamos embarcando em uma transformação significativa, que maximizará o potencial de nossas equipes criativas de classe mundial e nossas marcas e franquias incomparáveis”.

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“Acreditamos que o trabalho que estamos fazendo para reformular nossa empresa em torno da criatividade, ao mesmo tempo em que reduzimos as despesas, levará a um crescimento sustentado e à lucratividade de nossos negócios de streaming, nos posicionará melhor para enfrentar mudanças futuras e desafios econômicos globais e agregar valor aos nossos acionistas”, disse Iger.

Outra mudança que a empresa deve fazer é tornar a ESPN uma unidade independente, um pedido antigo dos grandes investidores na companhia.

Outras empresas

A Zoom anunciou na noite de terça-feira (7) que cortará cerca de 1.300 funcionários, já que a demanda pelos serviços de videoconferência da empresa diminuiu com o fim da pandemia. Ao anunciar as demissões, que atingirão quase 15% da força de trabalho da companhia, o presidente-executivo, Eric Yuan, disse que aceitará um corte salarial de 98% no próximo ano fiscal e abrirá mão de seu bônus e a equipe de liderança executiva deve ter uma redução de 20% no salário no mesmo período.

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“Trabalhamos incansavelmente…mas também cometemos erros. Não levamos tanto tempo quanto deveríamos para analisar minuciosamente nossas equipes ou avaliar se estávamos crescendo de forma sustentável, em direção às prioridades mais altas”, disse Yuan. As ações da empresa, que caíram 63% no ano passado em meio a uma queda nas ações de tecnologia, fecharam em alta de 9,9% com a notícia.

Outra companhia que ‘surfou’ uma alta de demanda durante a pandemia e agora precisa fazer ajustes é a companhia de comércio eletrônico eBay. A empresa afirmou, na terça-feira (7), que demitirá 500 funcionários em todo o mundo, representando 4% de sua força de trabalho total. “Esta mudança nos dá espaço adicional para investir e criar novas funções em áreas de alto potencial: novas tecnologias, inovações de clientes e mercados-chave”, disse Jamie Iannone, presidente-executivo do Ebay em uma mensagem aos funcionários.

Na Boeing, o corte deve ser maior: a empresa anunciou na noite de segunda-feira (6)  que planeja reduzir em cerca de 2 mil postos o número de vagas nas áreas de finanças e recursos humanos este ano por meio de combinação de demissões e redução de posições.

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A companhia anunciou no mês passado que iria contratar 10 mil funcionários este ano depois de ter contratado 15 mil em 2022, mas na ocasião disse que algumas vagas administrativas seriam cortadas e cerca de um terço dessas vagas será terceirizando para a Tata Consulting Services, na Índia.

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Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.