Com anulação do tag along, ações ON da Usiminas fecham em queda de 3,55%

Ação chegou a subir 5,33% no intraday, mas declaração do CEO de que não haverá troca de controle virou a mão do mercado

Nara Faria

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SÃO PAULO – Após atingir a máxima de 5,33%, sendo negociada a R$ 20,75 no intraday, as ações ordinárias da Usiminas (USIM3) reverteram o sinal durante a tarde e encerraram o pregão desta segunda-feira (28) com a maior queda do Ibovespa ao registrar desvalorização de 3,55%, negociadas a R$ 19,00. Os papéis preferenciais, USIM5, terminaram com alta de 2,83%, a R$ 10,90, depois de terem avançado 7,17% na sua máxima do intraday. O índice de ações, por sua vez, avançou 2,04%.

A forte alta de ambos ativos foi vista no início do pregão, repercutindo o comunicado divulgado na noite do último domingo de a Ternium que fechou acordo com Votorantim e Camargo Corrêa para compra de suas participações no capital votante da Usiminas. A empresa comprará 139,7 milhões de ações ou 27,7% do capital votante da siderúrgica mineira. 

O acordo, que inclui a subsidiária argentina Siderar e a Confab (CNFB4), prevê o pagamento de R$ 36 por ação ordinária da Usiminas. Ternium e Tenaris são empresas do grupo argentino Techint. Vale mencionar que as ações da Confab fecharam esse pregão com forte queda de 16,31%.

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Sem direito de tag along
Apesar de o fechamento positivo da USIM5, as ações ordinárias da empresa foram penalizadas no final do pregão pela declaração do presidente da companhia, Wilson Brummer, que afirmou em teleconferência que apesar de o valor de R$ 36 por ação pago pela Ternium representar um prêmio de 82% sobre o preço de mercado dos papéis ON da Usiminas, o fato de a Nippon se manter com participação majoritária não representa uma troca de controle e, consequentemente não prevê tag along.

O tag along significa um mecanismo de proteção a acionistas minoritários, que garante a esses acionistas o direito de retirada da empresa caso o controle seja adquirido por um novo investidor. Dessa forma, os investidores que montaram posições em USIM3 para tentar se beneficiar de uma possível mudança de controlador acabaram fugindo do papel em meio à iminente percepção de que isso não irá ocorrer.

Disputa pelo controle da Usiminas
Desde o começo do ano que o bloco de controle acionário da Usiminas vinha sendo alvo de investidas por muitas empresas, gerando bastante especulação no mercado. Uma das companhias mais apta a ingressar no controle acionário da siderúrgica de Minas Gerais era a CSN (CSNA3), que veio nos últimos meses adquirindo ações da companhia no mercado, tendo realizado sua última compra de ações duas semanas atrás. Sua participação chegou a 11,66% de USIM3 e 20,14% de USIM5. 

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Contudo, o bloco controlador, formado até então por Nippon Stell, Camargo Corrêa, Votorantim e CEU (Caixa dos Empregados da Usiminas), sempre se mostraram muito resistentes à entrada da CSN no bloco de controle. Como não houve mudança no controle majoritário da empresa – que permaneceu com a Nippon -, os acionistas não terão direito ao tag along. O acordo firmado no último fim de semana diluiu o controle acionário da Usiminas em três empresas: Nippon (46,1%), Ternium/Confab (43,3%) e CEU (10,6%), com a Camargo e a Votorantim deixando o bloco.