Citi considera positivas as vendas da Embraer na China, mas expectativa era maior

Analistas lembram que rumores apontavam para encomenda de 35 aeronaves; intermédio político é visto com ressalvas

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SÃO PAULO – Para os analistas do Citigroup, a confirmação de encomendas para a Embraer (EMBR3) nesta terça-feira (12) na China é positiva, embora o número de aeronaves encomendadas tenha ficado abaixo das expectativas.

O preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da empresa não foi modificado, continuando em US$ 35,00. Esse valor representa um upside (potencial teórico de valorização) de 4,76% em relação a cotação do último fechamento.

Apenas 20 aviões
Os analistas Stephen Trent e Angela Lieh destacam que a fabricante brasileira confirmou duas encomendas. A CBD Leasing vai adquirir 10 aviões EMB 190, que serão arrendados pela China Southern Airlines e tem previsão de início das entregas no segundo semestre deste ano. A CBD também assinou uma carta de intenção para a compra de mais 10 aviões, do mesmo modelo.

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A outra encomenda confirmada foi feita pela Hebei Airlines, que também vai adquirir 10 aviões EMB 190, mas com entregas previstas para começarem não antes de setembro do próximo ano.

Embora a venda desses 20 aviões – com a possível confirmação de mais 10 – seja considerada positiva, a dupla cita os rumores que apontavam para a encomenda de 35 aeronaves, número que acabou não se concretizando.

Clientes novos e política
Outro ponto para o qual os analistas chamam a atenção é o fato de que as duas encomendas não representam novos clientes para a Embraer, uma vez que a China Southern já utiliza aviões E190, enquanto que a Hebei possuí jatos ERJ145 em sua frota. “Esse fluxo de encomendas reflete negócios incrementais com clientes existentes da Embraer, e não novos clientes”, afirma a dupla.

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Por fim, a dupla destaca também o fato de que a venda teve intermédio político, e afirmam que preferem ver as encomendas acontecendo em função da real necessidade das companhias aéreas.

Ainda nesse aspecto político, os analistas avaliaram positivamente o movimento da Embraer para a produção dos aviões Legacy em Harbin, embora esse passo seja de certa forma limitado, uma vez que a rival Bombardier já conta com acordos mais avançados para produção de jatos na China. Assim, a produção dos EMB 190 em Harbin é considerada improvável.