CEO da Petrobras faz teleconferência para comentar greve e situação do abastecimento

"Seja qual metodologia que for usada, nossa política de preços será respeitada", afirmou Parente

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) realizou na tarde desta terça-feira (29) uma teleconferência com investidores e analistas em que o presidente da empresa, Pedro Parente, comentou a greve dos caminhoneiros, a situação do abastecimento no País e as recentes decisões tomadas pelo governo para tentar acabar com a paralisação.

Segundo ele, a decisão de cortar o diesel em 10% na semana passada foi corajosa. “Eu sei que foi uma questão polêmica, mas naquele momento entendemos que, para dar uma chance maior de manter nossos conceitos na política de preços, precisava haver coragem. Tivemos a responsabilidade e a coragem de fazer”, afirmou Parente.

Segundo ele, desde o acordo anunciado pelo governo no último domingo, houve uma melhora progressiva na situação do abastecimento. “Reconheço que se instalou uma discussão sobre o que se poderia fazer para atender as demandas dos grevistas […] Sempre ficou claro que a demanda sobre os preços dos combustíveis tem a ver com os tributos”, disse.

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Parente ressaltou que há uma equipe da empresa em Brasília conversando com o governo com o “objetivo básico” de concluir uma Medida Provisória e um projeto com a maior brevidade possível, mas respeitando as políticas da estatal. “Seja qual metodologia que for usada, nossa política de preços será respeitada. Estamos buscando com o governo que qualquer sistemática que for usada siga o resultado que teríamos com a nossa política atual”, explicou.

Questionado se a Petrobras conseguirá ter liberdade no futuro para aplicar os seus reajustes, o executivo ressaltou que isso continuará, mesmo que a mudança volte a ser mensal, ou seja, o reajuste poderá ser mais forte já que levará em conta um tempo maior.

Aos analistas, Parente disse que não devem se prender às características da política de preços, mas ao objetivo dela. “Precisamos preservar o resultado econômico da empresa. Pode ocorrer uma mudança em certos aspectos, mas certamente nosso objetivo não é reduzir o resultado econômico desta política”, explicou.

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Sobre a possibilidade de ajustes em outros itens além do diesel, o executivo afirmou apenas que não existe qualquer demanda de nenhum setor sobre outros derivados. “Portanto, não tenho nada a comentar sobre isso”, afirmou.

Por fim, ele ainda comentou a antiga política da empresa em que os ajustes eram mensais. “Quando fazíamos a política de reajustes mensais percebemos que a posição da empresa se fragilizava nas situações onde o preço que estabelecíamos no início do mês se comportava acima do preço de mercado. Mudança para política diária foi uma necessidade para a gente conseguir definir entre margem e market share. A gente estava perdendo essa capacidade”, explicou Parente.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.