Cemig vira grande oportunidade na bolsa graças a Romeu Zema, “sensação” do Novo

Ação subiu 26% nos últimos 7 dias; analistas recomendam compra e preveem novas altas

Paula Zogbi

(Divulgação/Cemig)

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SÃO PAULO – Graças ao Novo, a Cemig (CMIG4) pode ter entrado em um ciclo renovado de alta. Analistas da XP Investimentos e do Bradesco BBI recomendam compra para uma ação que, valorizou 45% em outubro, ante alta aproximada de 4% do Ibovespa.

Nesta segunda-feira (15), o papel abriu negociações com alta de 4,73%, enquanto o Ibovespa via variação de +1,08% 

O desempenho positivo da energética tem relação direta com a ascensão de Romeu Zema na corrida para o governo do estado – o que pode movimentar outras estatais mineiras.

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Candidato pelo Novo, o empresário foi de 10% das intenções de voto nas pesquisas para 42,73% dos votos válidos nos últimos 5 dias antes do primeiro turno. Durante este período, a ação cresceu 26% só pela perspectiva positiva para Zema. Agora, o Paraná Pesquisas fala na vitória sobre Anastasia (PSDB) no segundo turno com 72,5% dos votos válidos.

Em entrevista concedida ao InfoMoney na última segunda-feira (8), Zema confirmou interesse em privatizar a Cemig e a Copasa (CSMG3) caso eleito. O candidato, porém, disse que as medidas não seriam imediatas, e que, primeiro, gostaria que as companhias atingissem um valor de mercado justo.

Para o curto e médio prazo, porém, o papel tem outras oportunidades. Gabriel Francisco, analista da XP Research responsável pelo setor, destaca “redução de custos de pessoal, materiais e serviços, bem como venda de ativos”. A XP acredita que as eleições podem marcar “um novo capítulo para a Cemig, com oportunidades reais de geração de valor consistente ao acionista”.

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Embora assuma que a probabilidade de privatização “ainda é baixa devido a exigências da constituição de Minas Gerais” – seria necessário que 3/5 de aprovação do legislativo, além de um plebiscito popular -, Francisco reitera recomendação de compra para a ação da empresa. A XP ajustou o preço-alvo para R$ 12, o que corresponde a uma valorização de 18,2% frente o preço atual.

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Francisco Navarrete, responsável pela cobertura do papel no Bradesco BBI, também está otimista. Na sua avaliação, o papel da energética tende a subir 28%: o preço-alvo é de R$ 13 para este ano.

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Considerando as promessas de melhorias na gestão da companhia, ainda que ela se mantenha estatal, o valor justo seria de R$ 14 por ação, diz Navarrete. No menos provável caso de uma Cemig privatizada, o valor salta para R$ 17,50 (upside de R$ 68%).

Ganhos “extras”

Mas o potencial de incremento não termina por aí. A XP fez uma análise detalhada de quanto cada melhoria na gestão da companhia pode acrescentar no preço da ação se implementada. Confira a listagem abaixo: 

– Redução dos custos de pessoal, materiais e serviços ??da distribuidora da Cemig para níveis de empresas privadas: impacto de + R$ 0,70/ação ao preço-alvo (R$ 12,70);

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– Execução do plano de venda de ativos: impacto entre +R$2,90 a R$3,90/ação (R$ 16,70, somando às mudanças anteriormente mencionadas);

– Privatização da Cemig: impacto de até + R$5,50/ação (R$ 22,20 considerando um cenário totalmente ideal). 

Considerando, portanto, um cenário inteiramente voltado às melhorias de gestão e à privatização da empresa, o upside seria de 110,4% em cima do preço do pregão desta segunda-feira (R$ 10,55). 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney