Após agrupar, TecToy fica 6 pregões estagnada e voltou a ser negociada apenas hoje

A companhia realizou operação no dia 18 de agosto e não tinha negócios desde o dia anterior, quando movimentou R$ 32 em 4 negócios

Marília Kazmierczak

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SÃO PAULO – A TecToy (TOYB4) grupou suas ações na razão de 1 milhão para 1 – lembrando que ao contrário das ações “normais”, o lote mínimo da companhia é de 100 mil ações e não de 100 ações, o que significa que uma única ação custa menos do que um centavo na prática – e saiu, finalmente, da incômoda região dos centavos, indo para a casa dos R$ 10. A operação aconteceu no dia 18 de agosto, mas os papéis da empresa só foram negociados hoje, seis pregões depois.

O único negócio efetuado no pregão desta quarta-feira (26) movimentou R$ 250, ou seja: um lote de ações, cotadas a R$ 2,50. Desde o fechamento do dia 17 de agosto, quando teve 4 negócios, movimentando R$ 32, as ações caíram 75%.

O caso TecToy
O grupamento poderia finalmente “ressuscitar” a companhia na Bolsa, já que o valor mínimo de suas ações impedia que eles tivessem uma maior liquidez no mercado. É o caso, por exemplo, dos papéis preferenciais: de abril de 2013 a outubro de 2014 esses papéis oscilaram entre R$ 0,02 e R$ 0,01 e de 3 de outubro até a segunda semana de agosto, eles não saíram mais da cotação de R$ 0,01.

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Após o grupamento, o capital social da TecToy diminuiu de 5,287 trilhões de ações para 5,287 milhões.

A “cilada” dos grupamentos
Em uma resposta à “ameaça” da BM&FBovespa de banir ações que valem menos de R$ 1,00 na Bolsa de Valores, muitas “penny stocks” têm anunciado grupamentos de ações, com o intuito de aumentar o valor de face de cada papel através da diminuição da quantidade de ativos negociados na Bovespa.

A operação, em um primeiro momento, é vista como positiva no sentido de trazer maior liquidez para ativos que eram negociados próximos de R$ 0,01. Mas o que temos visto na prática é que os grupamentos têm aberto espaço para que aquelas ações que não tinham mais como cair simplesmente voltassem a cair. O preço da ação nestas situações não foi elevado porque mais pessoas decidiram comprar e ela se valorizou, mas sim porque o preço sofreu um ajuste para cima devido à diminuição de papéis existentes no capital social. Isso significa que o mercado pode olhar para os fundamentos daquela empresa como endividamento, fluxo de caixa, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), etc. e enxergá-la como “cara” no patamar pós-grupamento. Com isso, surge uma pressão vendedora, já que o investidor não vai querer ter em suas mãos um papel sobrevalorizado.