Apesar de resultado positivo, Raymond James vê upside limitado para Marisa

Financiamento ao consumidor supera expectativa, mas levanta dúvida sobre qualidade de crédito, e analista corta recomendação

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SÃO PAULO – Com destaque para as receitas de financiamento ao consumidor acima do esperado, o Raymond Janes atribuiu um viés positivo dos resultados divulgados pela Marisa (AMAR3). A receita líquida e o Ebitda (geração operacional de caixa) superaram as projeções do banco, que projeta crescimento acima de seus pares de mercado – Lojas Renner (LREN3) e Guararapes (GUAR3) – no longo prazo.

A forte expansão na sua área de vendas e a maior exposição ao rápido crescimento dos consumidores que integram a classe média emergente sustentam as projeções favoráveis para a empresa, explicam os analistas Guilherme Assis e Daniela Bretthauer.

Contudo, a dupla afirma que as estimativas positivas de crescimento “já estavam bem precificadas”, o que traz um upside limitado aos papéis. Com essa justificativa, os analistas reduziram a recomendação dos ativos para market-perform. 

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Receitas de financiamento aumentam, impulsionando a provisões
A empresa expandiu seus números referentes às receitas de financiamento ao consumidor, impulsionadas principalmente pela implantação do “cartão Marisa”. A base de cartões Marisa” aumentou 47% na comparação anual, o que impulsionou diretamente as receitas, que marcaram crescimento de 107% na mesma base comparativa, vindo 28% acima das expectativas dos analistas. 

Contudo, o avanço das receitas de financiamento impactou negativamente nos resultados da empresa ao pressionar as provisões para inadimplência, que aumentaram 61% na comparação com o primeiro trimestre de 2010, atingindo R$ 30 milhões. 

Projeções e recomendações
Repercutindo os resultados, as ações da empresa encerraram a última sessão em forte queda de 4,03%, valendo R$ 28,55.  

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Segundo os analistas do Raymond James, os maiores riscos relacionados aos próximos resultados da companhia se referem às receitas de financiamento, que começam a levantar dúvidas sobre a qualidade do crédito. 

Por fim, o Raymond James reitera sua preferência pelos papéis da Lojas Renner (LREN3), mais líquidos do que os ativos da Marisa. A recomendação é de outperform para os papéis da varejista, com preço-alvo de R$ 56,85, equivalente a um upside de 2,05% com base no fechamento da última quarta-feira (4).