Ágora reduz preço-alvo das ações PN da Contax após divulgação de balanço

Corretora revisa recomendação de compra para manter; Aquisição da Dedic pode ser um fator negativo para companhia no curto prazo

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Ágora revisou o preço-alvo das ações da Contax (CTAX4), após a apresentação dos balanços da companhia no segundo trimestre de 2011. A corretora reduziu o novo target dos papéis preferenciais de R$ 32,50 para R$ 28,00 por ação ao final deste ano, configurando um upside de 50,54% em relação ao último fechamento. Assim, a recomendação da Ágora para as ações passou de compra para manter.

A corretora também promoveu a mudança no preço-alvo das ações ordinárias da companhia (CTAX3) para R$ 33,60 ao final deste ano, um upside de 74,55% em relação ao último fechamento. De acordo com o analista Wilson Lapa, o cenário nacional está mais competitivo devido à redução dos níveis de desemprego no País, o que penaliza os indicadores de produtividade da empresa.

Aquisição da Dedic
A corretora acrescenta que a aquisição da Dedic (empresa de call center e serviços de TI) pela Contax deve resultar em ganhos de sinergia para a companhia apenas no longo prazo. Segundo Wilson, inicialmente a aquisição deverá reduzir as margens operacionais da empresa, além de ser um fato que poderá atingir negativamente o desempenho da Contax, “uma vez que suas operações estão localizadas em São Paulo, onde as pressões salariais estão mais intensas”, conclui.

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Como foi ressaltado pela corretora, o governo tem intensão de elevar o salário mínimo em 13% para 2012 e a linha de custos com pessoal representa 80% dos gastos da Contax. Como resultado, gera um descompasso entre o crescimento das receitas e os custos da empresa.

Projeções
Por fim, a Ágora reduziu as estimativas para o Ebitda (geração operacional de caixa) da empresa em 2011 e 2012, para R$ 264 milhões e R$ 369 milhões, respectivamente, devido ao aquecimento do mercado de trabalho e o potencial aumento das despesas com os salários.

Contudo, a corretora acredita que, apesar da pressão exercida sobre as margens operacioanais, a distribuição de renda da empresa não deve ser prejudicada para 2011, projetando, com isso, um dividend yield de 4,8%.