Ações da AES Tietê caem forte com volume mais de 10 vezes acima da média

Investidor estrangeiro vende ações da companhia, mas ainda não há informações sobre quem é o vendedor

Fernando Ladeira

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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SÃO PAULO – Em um dia negativo para o setor elétrico, as ações da AES Tietê (GETI4) chamam a atenção do mercado na manhã desta segunda-feira (28) pela forte queda de suas ações, enquanto o volume negociado já supera em 10 vezes a média dos últimos 21 dias.

Segundo cotação por volta das 11h00 (horário de Brasília), a ação registrava queda de 5,44%, com um volume de R$ 203,5 milhões.

Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research, diz que um fundo estrangeiro está vendendo ações da companhia, embora ainda não haja informações de quem seja o vendedor. De fato, as maiores vendas dos papéis vêm de clientes do Goldman Sachs.

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Eletrobras abre em forte queda, mas ameniza perdas
As ações da Eletrobras (ELET3, ELET6) também têm mais um dia ruim na bolsa. Depois de uma trajetória de forte recuperação desde o começo do ano, as ações da elétrica caíram na quarta-feira (24), após Dilma Rousseff prometer um corte ainda maior na tarifa de energia, e voltam a lideram as perdas do Ibovespa nesta manhã.

Os ativos ELET3 se desvalorizam em 1,1%, aos R$ 7,17, e os ELET6, 2,29%, aos R$ 12,36. Na mínima do dia, os papéis chegaram a cair 3,72% e 5,22%, respectivamente.

Além do discurso de Dilma, que anunciou um corte de 18% na conta de luz residencial e de até 32% nas indústrias, a estatal é impactada por uma série de outros fatos, elevando as incertezas com relação ao grupo.

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Na noite de quinta-feira foi noticiado no O Globo que o governo estaria estudando dividir a Eletrobras em três holdings, abrigando as três principais áreas do setor energético: geração, distribuição e transmissão de energia.

A Eletrobras admite que recebeu um pedido para racionalizar os custos do Sistema Eletrobras e aproveitar melhor as sinergias, mas nega a divisão na empresa. Mesmo assim, os ADRs (American Depositary Receipts) lideraram as perdas de sexta-feira, quando a BM&FBovespa esteve fechada, com quedas de 3,06%.

Cenário da Eletrobras é “bastante incerto”
“Cenário segue bastante incerto para o grupo Eletrobras, que precisa urgentemente adotar duras medidas de redução de custos e otimização de processos como forma de mitigar os duros impactos de receita que serão percebidos daqui para frente”, alerta a equipe da XP Investimentos, em relatório.

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Eles explicam que algumas possíveis medidas para racionalizar os custos envolvem a venda de ativos, demissões e redução de patrocínio.

Ainda durante o feriado, a Eletrobras concordou em receber parte dos R$ 14 bilhões de indenizações pela antecipação das renovações das concessões em parcelas, mas a equipe da XP considera a notícia como neutra.