Ação do Banco do Brasil destoa do setor e recua após resultado trimestral

Papéis da instituição são os únicos entre os bancos de grande porte em queda; despesas com provisões saltam

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – As ações do Banco do Brasil (BBAS3) aparecem entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (8), logo após a instituição divulgar seu resultado para o terceiro trimestre deste ano.

Segundo cotação das 11h17 (horário de Brasília), os papéis da instituição recuavam 1,38%, aos R$ 22,14, ao mesmo momento em que o Ibovespa avança 0,65%. As ações do Banco do Brasil são as únicas entre os bancos de grande porte em queda.

Nesta manhã, o banco revelou um lucro líquido ajustado de R$ 2,65 bilhões, enquanto as receitas de intermediação financeira atingiram R$ 25,08 bilhões. Enquanto o lucro foi 3,3% superior ao do mesmo período do ano anterior, as receitas caíram 17,1%.

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Sem os ajustes, o lucro líquido seria de R$ 2,73 bilhões, uma queda de 5,7% sobre o mesmo período do ano anterior. A equipe de análise do HSBC projetava um lucro de R$ 2,92 bilhões, o que consideravam ligeiramente superior ao consenso das estimativas.

Por sua vez, o analista Felipe Ruppenthal, da Geração Futuro, avaliou o resultado como neutro, creditando a oscilação das ações a movimento de mercado. Para ele, o destaque dos números fica por conta da expansão da carteira de crédito, ao mesmo tempo em que se manteve a qualidade. O temor era de que a expansão incentivada pelo Governo levasse a instituição a uma piora na qualidade dos ativos.

O ponto negativo indicado pelo analista foi o aumento nas despesas com provisão, que saltaram 15,5%, para R$ 3,76 bilhões. Essas despesas também estão ligeiramente acima do próprio guidance do Banco do Brasil, que prevê um teto de R$ 3,7 bilhões para o fim deste ano.