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SÃO PAULO – A Oi (OIBR4) abalou o mercado brasileiro no início da semana, com o maior pedido de recuperação judicial do Brasil, no valor de R$ 65 bilhões. Na esteira do pedido de proteção, ainda há muitas dúvidas sobre o que acontecerá com a companhia de telecomunicações e os próximos passos que ela pode dar para buscar a sua recuperação.
Pensando nisso, o InfoMoney fez seis perguntas para o economista Arthur Barrionuevo, professor da FGV/SP e especialista no setor de telecomunicações, que ressalta as alternativas para a companhia e aponta os culpados para a situação atual da companhia.
Confira seis perguntas e respostas sobre a Oi:
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1. Como fica o processo de consolidação do setor de telefonia, principalmente falando do antigo interesse da Tim na Oi?
Enquanto a dívida não for equacionada, é difícil que algum entendimento possa prosperar. A fusão Oi/TIM, talvez encontre restrições regulatórias (ANATEL) e concorrenciais (CADE) porque as duas atuam no mercado de SMP (Serviço Móvel Pessoal), são a segunda e a quarta maiores operadoras e tem rádio frequências em muitas localidades comuns.
2. A saída da Oi do mercado vai ajudar ou atrapalhar o desempenho operacional e financeiro das outras duas empresas do setor na Bolsa (TIM e Telefônica Brasil)?
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Os ativos que estão com a Oi, em particular aqueles voltados à telefonia fixa, são bens reversíveis e, caso a empresa não pudesse se recuperar, a ANATEL faria uma licitação para interessados em operá-los. Possivelmente, o vencedor desse leilão teria interesse também nos outros ativos da Oi, nos serviços de banda larga e móvel.
3. Olhando para o histórico da Oi, o processo de recuperação judicial é o fim para a empresa ou dá pra esperar uma volta por cima?
Dado o tamanho da rede da Oi e sua importância, mesmo que ela não sobreviva, os seus ativos serão aproveitados por algum sucessor.
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4. Em parcelas de importância, quem foram os grandes culpados pelo colapso da Oi?
O governo que incentivou e financiou duas operações desastrosas, a compra da Brasil Telecom e a fusão com a Portugal Telecom, os acionistas majoritários que fizeram uma compra alavancada do controle da Oi e exigiam dividendos elevados para pagar sua própria dívida. O setor, por sua vez, sofre de elevada tributação e se caracteriza por rápida mudança tecnológica, o que penaliza as empresas com baixa capacidade de investimento como a Oi. Todos esses fatores somados levaram a Oi à situação atual.
5. A recuperação judicial finalmente chegou. Mas e agora: o que a empresa precisa fazer?
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Em primeiríssimo lugar, renegociar a dívida e transformar a maior parte dela em ações da companhia. A partir daí, ela poderá começar sua recuperação.
6. Seria interessante para a Oi a entrada de um bilionário estrangeiro no seu controle (os rumores já indicaram o russo Mikhail Fridman e o egípcio Naguib Sawiris)?
Seria muito bom que qualquer investidor entrasse agora no capital da Oi. Todavia, não há como resolver o problema da empresa sem uma redução da dívida, negociada com os credores.