Verão recorde deixa Monte Fuji sem neve pelo maior período em 130 anos

Normalmente, o Monte Fuji começa a acumular neve em torno do dia 2 de outubro, mas, este ano, as primeiras chuvas estão previstas para 6 de novembro

Equipe InfoMoney

Monte Fuji sem neve ao final de outubro de 2024 (Foto: Tomohiro Ohsumi/Getty Images)
Monte Fuji sem neve ao final de outubro de 2024 (Foto: Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

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O Monte Fuji, o mais icônico vulcão do Japão, permanece sem neve, marcando a data mais tardia em que suas encostas ficaram desprovidas de neve desde o início dos registros, há 130 anos. Até 29 de outubro, o pico de 3.776 metros seguia sem cobertura de neve, superando o recorde anterior, estabelecido em 26 de outubro nos anos de 1955 e 2016.

Normalmente, o Monte Fuji começa a acumular neve em torno do dia 2 de outubro, sendo que no ano passado, a primeira neve foi observada em 5 de outubro. Contudo, as altas temperaturas deste ano impediram o início da formação da camada de neve, segundo falou Yutaka Katsuta, meteorologista do Escritório Meteorológico Local de Kofu, à agência de notícias AFP.

Segundo a mídia local, as primeiras chuvas na região que podem levar neve ao Monte Fuji deverão chegar apenas no dia 6 de novembro.

A ausência de neve por um período tão longo pode ser parcialmente atribuída às temperaturas anormalmente elevadas durante o verão japonês, que foi o mais quente já registrado no país, igualando o recorde de 2020.

A estação entre junho e agosto registrou uma média de 1,76°C acima do padrão, impactando diretamente o clima no outono e dificultando a chegada de ar frio suficiente para a formação de neve. Em setembro, a continuidade das altas temperaturas foi impulsionada pelo deslocamento do jato subtropical para o norte, permitindo que correntes de ar quente do sul permanecessem sobre o Japão.

Além disso, quase 1.500 regiões do país registraram dias de “calor extremo”, com temperaturas acima de 35°C, em um cenário de eventos climáticos extremos que, segundo especialistas, tende a se intensificar com as mudanças climáticas globais.

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Apesar de um leve arrefecimento em outubro, o mês continuou mais quente que a média, contribuindo para o ineditismo da falta de neve no Monte Fuji à medida que se aproxima o mês de novembro.

Segundo Katsuta, embora um único evento não possa ser diretamente relacionado ao aquecimento global, a ausência de neve no monte é consistente com as previsões para um clima cada vez mais quente.

Símbolo nacional

O Monte Fuji, localizado a sudoeste de Tóquio, além de ser um símbolo nacional, atrai milhares de visitantes anualmente. No último verão, mais de 220.000 pessoas subiram suas encostas, apesar de o Japão ter introduzido uma taxa de entrada e limite diário de visitantes para combater o turismo excessivo.

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A montanha, que teve sua última erupção há cerca de 300 anos, figura de forma marcante em obras de arte japonesas históricas, como a famosa “Grande Onda” de Hokusai.

(Com agências internacionais)