Suíça diz que Rússia ainda não está convidada para cúpula sobre guerra na Ucrânia

Governo suíço, que está convidando mais de 160 delegações para uma reunião em junho, disse que sempre demonstrou abertura para convidar a Rússia; russos dizem duvidar da posição de mediador neutro da Suíça

Reuters

Manifestação de apoio à Ucrânia em Genebra, na Suíça (Reuters/Pierre Albouy)

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Zurique (Reuters) – O governo da Suíça disse nesta quinta-feira (2) que “nesta etapa” a Rússia não está entre as dezenas de países convidados para uma cúpula a ser realizada no país em meados de junho com o objetivo de ajudar a promover a paz no conflito entre Moscou e a Ucrânia.

O governo suíço, que está convidando mais de 160 delegações, disse que sempre demonstrou abertura para convidar a Rússia. No entanto, Moscou tem repetidamente sublinhado que não tem interesse em participar das discussões iniciais, acrescentou.

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“A Suíça está convencida de que a Rússia deve estar envolvida nesse processo”, disse o governo suíço em um comunicado. “Um processo de paz sem a Rússia não é possível.”

O governo da Ucrânia, por sua vez, tem questionado a utilidade da participação russa nas conversas que serão realizadas em 15 e 16 de junho, perto da cidade suíça de Lucerna.

“Sabemos que não faz sentido ter a Rússia na mesa se não for possível garantir que ela aja de boa fé”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em uma entrevista à revista Foreign Policy publicada nesta semana.

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Kuleba disse que pressionar a Rússia no campo de batalha e reunir países “que compartilham princípios” deve ajudar a tornar Moscou mais disposta a dialogar.

As autoridades russas apontam para a adoção feita pela Suíça de sanções da União Europeia contra Moscou por conta invasão da Ucrânia e argumentam que, portanto, o país não tem credibilidade como mediador neutro.

Em janeiro, a Suíça disse que sediaria a cúpula a pedido do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy.

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O governo suíço disse que as discussões se basearão na fórmula de paz de Zelenskiy e em outras propostas de paz baseadas na Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e nos princípios fundamentais do direito internacional.

As delegações convidadas incluem membros do G7, G20, Brics, UE, organizações internacionais e dois representantes religiosos, informou a Suíça.

As discussões visam criar uma estrutura para uma paz duradoura e um roteiro para a participação da Rússia no processo, disse o governo suíço.

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“O objetivo geral da cúpula é inspirar um futuro processo de paz”, disse.