Rússia diz que corte de apoio militar à Ucrânia por Trump seria “sentença de morte”

Tensões aumentam na ONU após declarações russas sobre apoio militar dos EUA à Ucrânia

Reuters

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao lado de Donald Trump, em Nova York (REUTERS/Shannon Stapleton)
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao lado de Donald Trump, em Nova York (REUTERS/Shannon Stapleton)

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O embaixador adjunto da Rússia na ONU disse nesta quarta-feira (27) que qualquer decisão do governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de cortar apoio militar para os ucranianos seria uma “sentença de morte” para o Exército da Ucrânia e que Kiev está tentando arrastar os países da Otan para um conflito direto com a Rússia.

Em discurso ao Conselho de Segurança da ONU, Dmitry Polyanskiy acusou o presidente dos Estados Unidos em fim de mandato, Joe Biden, de tentar, por meio de seu amplo apoio à Ucrânia, criar “caos, tanto na Rússia quanto com a nova equipe na Casa Branca”.

Polyanskiy afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está aterrorizado com o possível retorno de Trump em janeiro e que tinha motivos para isso.

“Mesmo que deixemos de lado a previsão de que Donald Trump cortará a assistência à Ucrânia, o que, para o Exército ucraniano, seria essencialmente uma sentença de morte, está se tornando mais claro que ele e sua equipe, de um jeito ou de outro, vão conduzir uma auditoria da assistência fornecida a Kiev”, disse.

A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Polyanskiy. Três fontes com conhecimento do assunto disseram anteriormente à Reuters que Trump está considerando Keith Kellogg, um tenente-general da reserva que lhe apresentou um plano para acabar com a guerra na Ucrânia, como um enviado especial para o conflito.

O plano de Kellogg para encerrar a guerra, que começou quando a Rússia invadiu território soberano ucraniano, envolve congelar as linhas de batalha em suas localizações atuais e forçar Kiev e Moscou à mesa de negociações, informou a Reuters em junho.

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Polyanskiy disse que a Rússia se dispôs repetidas vezes a negociar, mas que a Ucrânia e seus apoiadores ocidentais têm preferido a escalada.

Ele alertou que a decisão do governo Biden e de seus aliados europeus de autorizar o exército ucraniano a usar mísseis de longo alcance dentro da Rússia “colocou o mundo à beira de um conflito nuclear global”.

“Cada onda de escalada por parte do Ocidente será respondida de forma decisiva”, afirmou. “Para ser franco, acreditamos que é nosso direito usar nossas armas contra instalações militares daqueles países que permitem o uso de armas contra nossas instalações”.

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Falando anteriormente na mesma sessão da ONU, o secretário-geral assistente da ONU, Miroslav Jenca, destacou os recentes ataques russos com mísseis de longo alcance na Ucrânia e chamou o uso de mísseis balísticos e ameaças relacionadas de “um desenvolvimento muito perigoso e capaz de escalar o conflito”.

O embaixador adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood, disse na sessão que Washington “continuará a aumentar a assistência em segurança à Ucrânia para fortalecer suas capacidades, incluindo defesa aérea, e colocar a Ucrânia na melhor posição possível no campo de batalha”.