Putin sugere mudança das sedes de algumas grandes empresas para fora de Moscou

O presidente da Rússia afirmou que as regiões russas fora da capital precisavam ter mais oportunidades econômicas e avaliar mudar empresas estatais para essas regiões

Reuters

Presidente russo, Vladimir Putin, dá entrevista a agências internacionais (Sputnik/Vladimir Astapkovich/Pool via REUTERS)
Presidente russo, Vladimir Putin, dá entrevista a agências internacionais (Sputnik/Vladimir Astapkovich/Pool via REUTERS)

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (7) que a ideia de transferir as sedes das principais empresas para regiões fora de Moscou merece atenção e pediu uma melhor educação profissional para ajudar a aliviar a falta de mão de obra.

Estabelecendo uma série de ambições para a economia russa de US$ 2 trilhões, Putin disse que o segundo maior exportador de petróleo do mundo precisa reduzir as importações, aumentar significativamente o uso de moedas não ocidentais na liquidação do comércio e pediu uma grande expansão dos mercados financeiros domésticos.

Putin disse que as regiões russas fora da capital precisavam ter mais oportunidades econômicas e que estavam sendo discutidos planos para transferir as sedes das principais corporações e empresas estatais para essas regiões.

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“A ideia certamente precisa ser trabalhada, mas merece atenção e apoio”, disse Putin no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.

Ele elogiou a RusHydro, uma das maiores produtoras de energia hidrelétrica do mundo, que está transferindo 1.500 postos de trabalho da sede para a região siberiana de Krasnoyarsk.

Putin disse que o comércio com a Ásia está aumentando e que quase 40% do comércio externo russo é agora realizado em rublos, já que a participação em dólares americanos, euros e outras moedas ocidentais diminuiu.

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A Rússia deve reduzir suas importações criando uma produção competitiva e aumentando o investimento em ativos fixos em 60% até 2030, disse Putin.

Ele acrescentou que o valor do mercado de ações russo deve dobrar até o final da década e chegar a dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) russo.

A economia da Rússia tem desafiado as sanções ocidentais impostas a ela por causa da guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022. Sua previsão oficial de crescimento para 2024 é de 2,8%, depois de expandir 3,6% no ano passado — mais rápido do que os Estados Unidos ou a União Europeia.

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A recuperação foi ajudada pelos pesados gastos de Moscou com defesa e segurança, mas os economistas dizem que o crescimento depende da produção de armas e munições financiada pelo Estado.

A economia também está sendo prejudicada pela escassez de mão de obra, que foi exacerbada por uma mobilização militar em 2022 e pela emigração de centenas de milhares de pessoas desde o início da guerra na Ucrânia.

Putin falou em um palco ao lado do presidente da Bolívia, Luis Arce, e do presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, fato que destacou os crescentes laços econômicos da Rússia com países da América Latina e da África.

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O painel foi moderado por Sergei Karaganov, um influente analista russo que, no ano passado, propôs um ataque nuclear limitado a um membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa para forçar o Ocidente a recuar no conflito sobre a Ucrânia e, assim, evitar a Terceira Guerra Mundial.