​Putin diz que guerra acabaria rápido se Ocidente parasse de enviar armas à Ucrânia

Em entrevista ao polêmico jornalista americano Tucker Carlson, líder russo disse que não conversa com o presidente Joe Biden desde ante da invasão

Bloomberg

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que deve ser novamente eleito (Adam Berry/Getty Images)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que deve ser novamente eleito (Adam Berry/Getty Images)

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seu país ainda não alcançou os objetivos na Ucrânia e que a guerra que vai completar dois anos neste mês acabaria em algumas semanas se os Estados Unidos e seus aliados interrompessem o envio de armas para os ucranianos.

Putin foi entrevistado nesta semana pelo ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson na primeira conversa que o líder russo teve com um jornalista do Ocidente desde o início da guerra.

“Estamos transmitindo à liderança dos EUA que, se vocês realmente querem parar a ação militar, então precisam parar de fornecer armas. Tudo estará terminado em algumas semanas e poderemos discutir alguns termos”, disse Putin.

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Carlson, que tem usados suas plataformas de mídia para questionar o apoio dos EUA à Ucrânia e defender a posição do Kremlin, conseguiu extrair de Putin uma declaração favorável a um acordo para libertar o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, que está preso na Rússia acusado de espionagem. O líder russo disse que o repórter do Wall Street Journal poderia ser devolvido numa troca de prisioneiros.

Sem citar o nome, ele se referiu a um “patriota” que está preso por assassinato em um país europeu, numa aparente referência a Vadim Krasikov, que cumpre pena de prisão perpétua na Alemanha pelo assassinato em 2019 de um ex-rebelde checheno em Berlim.  A Rússia já havia sugerido que buscava o retorno de Krasikov em negociações de troca de prisioneiros.

Relação com Bush e Trump

Com a aproximação das eleições presidenciais dos EUA em 2024, Putin rejeitou a sugestão de Carlson de que uma mudança na administração nos EUA – o jornalista é um apoiador de longa data do republicano Donald Trump – poderia levar a uma abordagem diferente da guerra. “Não é uma questão do líder”, disse ele. “É a mentalidade da elite.”

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Putin acrescentou ainda que tinha “um bom relacionamento pessoal” com o presidente George W. Bush e um relacionamento semelhante com Trump quando este estava na Casa Branca. Mas relatou que não fala com o presidente Joe Biden desde antes da invasão da Ucrânia.

Durante mais de duas horas, Carlson pouco fez para desafiar Putin, enquanto o líder russo expunha as suas afirmações sobre a razão pela qual os EUA e os seus aliados são culpados pela guerra na Ucrânia.

A entrevista ocorreu num momento em que mais de US$ 60 bilhões em ajuda militar dos EUA à Ucrânia estão bloqueados por disputas partidárias, com Biden culpando Trump por afundar a mais recente tentativa do Congresso de chegar a um acordo. A Ucrânia alertou que está ficando sem munições para se defender das forças russas que ocupam partes do leste e do sul do país.

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