Paquistão lança ataques aéreos contra separatistas dentro do território do Irã

Ataque foi uma retaliação contra uma operação similar do Irã dentro do Paquistão nesta semana; os dois lados se acusam de abrigar insurgentes em seus territórios

Roberto de Lira

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A força aérea do Paquistão lançou ataques aéreos retaliatórios no Irã, supostamente mirando em esconderijos de militantes do grupo separatista Balúchi. Segundo relatos, o ataque matou pelo menos nove pessoas e aumentou ainda mais as tensões entre as nações vizinhas.

Segundo agências internacionais de notícias, a operação foi uma resposta aos ataques de Teerã há dois dias dentro das fronteiras paquistaneses contra alvos pertencentes ao grupo militante separatista sunita.

Vários grupos insurgentes operam nos dois lados de uma fronteira que se estende por 900 quilômetros e os dois países se acusam mutuamente de fornecer refúgio seguro a esses grupos nos seus respectivos territórios.

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Segundo especialistas, todos os insurgentes eles têm o objetivo comum da criação de um Baluchistão independente para as áreas étnicas balúchis no Afeganistão, Irã e Paquistão.

Segundo a Associated Press, os ataques põem em perigo as relações diplomáticas entre os dois vizinhos, uma vez que o Irã e o Paquistão, detentor de armas nucleares, há muito se olham com suspeita por causa dos ataques militantes.

O Paquistão já havia condenado como ilegais os ataques da última terça-feira, que mataram e feriram pelo menos seis pessoas, e alertou Teerã para “graves consequências”. O país também rebaixou as suas relações diplomáticas com o Irã, chamando de volta o seu embaixador e expulsando o enviado iraniano em Islamabad.

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Os ataques com mísseis e drones do Irã foram em resposta a um atentado suicida em 3 de janeiro perpetrado pelo Isis-K, o braço afegão do Estado Islâmico, que matou 85 iranianos na cidade de Kerman. Depois desse evento, o Irã realizou ataques contra alvos na Síria, Iraque e Curdistão.

A decisão do Paquistão de responder com ataques retaliatórios levanta a preocupação de uma nova escalada das tensões e da violência que se têm espalhado pelo Médio Oriente e pela Ásia desde que o Hamas atacou Israel em outubro passado.

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