Na comemoração do Dia D, Biden promete apoio contínuo à Ucrânia contra Rússia

O presidente dos EUA pediu aos aliados ocidentais e da Otan que recapturem o espírito do Dia D e trabalhem juntos neste momento de perigo para as democracias ocidentais

Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa de uma cerimônia para marcar o 80º aniversário do Dia D. 06/06/2024 REUTERS/Benoit Tessier
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa de uma cerimônia para marcar o 80º aniversário do Dia D. 06/06/2024 REUTERS/Benoit Tessier

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(Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo pela defesa da liberdade e da democracia no 80º aniversário do desembarque do Dia D na Normandia, nesta quinta-feira (6), pedindo às potências ocidentais que mantenham o apoio à Ucrânia e não se rendam à tirania russa.

Em uma cerimônia conjunta com o presidente francês Emmanuel Macron e veteranos dos EUA no Cemitério Americano da Normandia, Biden disse que é “simplesmente impensável” render-se à agressão russa e prometeu não deixar de apoiar a Ucrânia.

Ele pediu aos aliados ocidentais e da Otan que recapturem o espírito do Dia D e trabalhem juntos em um momento em que, segundo ele, a democracia está sob maior ameaça do que em qualquer outro momento desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

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“O isolacionismo não era a resposta há 80 anos e não é a resposta hoje”, disse Biden em seu discurso.

Em 6 de junho de 1944, mais de 150.000 soldados aliados invadiram a França por mar e ar para expulsar as forças da Alemanha nazista, desembarcando em cinco praias de codinome Omaha, Juno, Sword, Utah e Gold ou caindo do céu.

Com o número de veteranos, muitos com 100 anos ou mais, diminuindo rapidamente, é provável que essa seja a última grande cerimônia na Normandia a homenageá-los em sua presença.

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Biden afirmou que era a maior honra saudar os veteranos norte-americanos reunidos, afastando-se do púlpito para dizer-lhes: “Deus ama vocês”.

“Os homens que lutaram aqui se tornaram heróis”, disse ele. “Eles sabiam, sem sombra de dúvida, que há coisas pelas quais vale a pena lutar e morrer.”

Com a guerra em curso na Ucrânia, nas fronteiras da Europa, o aniversário desse momento decisivo da Segunda Guerra Mundial tem uma ressonância especial. Ocorre em um ano de muitas eleições, inclusive para o Parlamento Europeu nesta semana e nos EUA em novembro.

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Os críticos temem que o ex-presidente norte-americano Donald Trump, que estará em uma disputa acirrada com Biden na eleição, reduza o apoio dos EUA à Ucrânia.

Falando em uma cerimônia britânica em Ver-sur-Mer no início da quinta-feira, o rei Charles, em uniforme militar completo, também pediu uma maior colaboração internacional para lutar pela paz.

“Relembramos a lição que nos chega repetidas vezes ao longo das décadas: as nações livres precisam se unir para se opor à tirania”, disse Charles, que falou em francês e inglês.

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O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, o chanceler alemão Olaf Scholz e muitos outros também participariam do dia de homenagens.

Mas a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 2022, dando início ao maior conflito armado da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, não foi convidada.

Os líderes devem adotar nesta quinta-feira uma declaração dizendo que a democracia está mais uma vez sob ameaça na Europa e prometendo defender a liberdade e a democracia, disseram duas fontes.

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Cerca de 200 veteranos, a maioria deles norte-americanos ou britânicos, estavam participando de cerimônias durante todo o dia em praias que ainda carregam as cicatrizes dos combates que eclodiram no Dia D, a maior invasão anfíbia da história. Milhares de militares de Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e de outras nações foram mortos, assim como seus inimigos alemães.