Milei diz que vice é próxima da esquerda e não tem “nenhuma ingerência” no governo

O presidente da Argentina afirmou que sua relação com a vice, Victoria Villarruel, é “meramente institucional” e que ambos mantêm o “contato apenas necessário para cumprir as funções” à frente do governo

Fábio Matos

Presidente argentino Javier Milei
 (Foto: Leandro Bustamante Gomez/Reuters)
Presidente argentino Javier Milei (Foto: Leandro Bustamante Gomez/Reuters)

Publicidade

O presidente da Argentina, Javier Milei, fez críticas à sua vice, Victoria Villarruel, abrindo um possível “racha” no governo do país. Em entrevista ao jornal La Nación, o líder ultraliberal disse que sua companheira na chapa vitoriosa nas últimas eleições é ligada à esquerda e não tem qualquer participação na atual gestão. 

Segundo Milei, Victoria está muito “próxima do círculo vermelho” – em alusão aos oposicionistas de esquerda ligados ao governo anterior. O presidente argentino também disse que sua vice tem se aproximado demais da “casta” de políticos antigos do país. 

De acordo com Milei, Victoria Villarruel “não tem nenhuma ingerência na tomada de decisões” de governo e não participa sequer das reuniões de gabinete.

Victoria, de 49 anos, vem de uma família formada, basicamente, por militares. Ela defende que a ditadura militar no país, entre 1976 e 1983, representou uma “guerra ao comunismo”. 

Na Argentina, o vice-presidente acumula o cargo de presidente do Senado. Trata-se de uma função estratégica para o atual governo, já que Milei não conta com maioria em nenhuma das duas casas legislativas.  

Na entrevista ao La Nación, o presidente da Argentina disse ainda que sua relação com a vice é “meramente institucional” e que ambos mantêm o “contato apenas necessário para cumprir as funções” à frente do governo. 

Continua depois da publicidade

Distante da vice-presidente, Milei tem como principal braço-direito sua irmã, Karina, que é secretária de governo. 

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”