Irã diz que explosões perto de túmulo de comandante mataram mais de 100

Explosões aconteceram com intervalo de 15 minutos em um cemitério na província de Kerman, no aniversário da morte de Soleimani

Bloomberg

(Reprodução/Tasnin News)
(Reprodução/Tasnin News)

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Duas explosões perto do túmulo do comandante iraniano Qassem Soleimani mataram pelo menos 103 pessoas e feriram 171, com um alto funcionário do governo do Irã descrevendo as explosões como um ataque terrorista.

As explosões aconteceram com intervalo de 15 minutos, do lado de fora de um cemitério na província de Kerman, no dia do aniversário da morte de Soleimani, informou a TV estatal iraniana. O ministro do Interior, Ahmad Vahdi, disse o ataque seria uma resposta às ações da aliança anti-Israel do Irã, que inclui o Hamas e o Hezbollah.

“Eles responderam ao golpe do eixo da resistência matando mulheres e crianças inocentes”, disse Vahdi, sem ser mais específico. O Irã usa a expressão “eixo de resistência” para se referir aos grupos armados que apoia em todo o Oriente Médio e que se opõem a Israel, incluindo o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza e os rebeldes Houthi do Iémen.

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O chefe do poder judicial do Irão, Gholam-Hossein Mohseni Ejei, prometeu punir os perpetradores, sem dizer quem poderá ser o responsável. Ocorreu menos de 24 horas depois de um suposto ataque de drone israelense que matou um alto líder do Hamas.

As explosões foram causadas por bombas colocadas numa mala e num carro perto da entrada do cemitério e detonadas remotamente, informou a Agência de Notícias da República Islâmica, estatal.

Uma multidão estava reunida no túmulo do oficial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica para marcar seu assassinato em 2020 em um ataque de drone dos EUA.

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Como líder da força de elite Quds do IRGC, Soleimani foi um dos generais mais poderosos do Irã. Ele ajudou a projetar o poder iraniano no exterior através de uma rede de milícias por procuração que se opõem a Israel, incluindo o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza.

Escalada Regional

A morte de Soleimani em 2020 gerou temores de um confronto militar direto entre o Irã e os EUA e, na sequência, o Irã abateu por engano um avião de passageiros. Teerã continua a prometer vingar a morte de Soleimani.

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Na semana passada, o Irã acusou Israel de matar outro oficial superior do IRGC – e antigo colega de Soleimani – Seyyed Razi Mousavi, na Síria. O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que não faria comentários após o ataque em Kerman.

Separadamente, na quarta-feira (3), o chefe da agência de inteligência israelense Mossad disse em um funeral que iria “acertar contas” com aqueles que planejaram e participaram dos ataques do Hamas em 7 de outubro contra Israel, sem dar mais detalhes. O Irã nega envolvimento nos ataques.

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