Disputa das Malvinas pode durar décadas, diz Milei

O presidente da Argentina afirmou que pretende resolver a questão de modo diplomático e não quer conflito com britânicos

Equipe InfoMoney

Recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei fala após o segundo turno presidencial em 19 de novembro de 2023 em Buenos Aires (Tomas Cuesta/Getty Images)

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Javier Milei, presidente da Argentina, afirmou que tem como objetivo obter a soberania das Ilhas Malvinas do Reino Unido, mas que não “busca conflito” para atingir seu resultado. Ao invés disso, Milei diz que fará investidas diplomáticas e assume que “não há solução imediata”.  

As alegações foram feitas em entrevista à BBC e divulgadas nesta segunda-feira (6).  

Milei tem uma postura diferente a de outros presidentes da Argentina, que reconheciam o arquipélago como argentino, mas “sem qualquer resultado” prático.  

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O conflito entre o Reino Unido e a Argentina pelas Ilhas Malvinas teve início em 1982 e terminou com o país inglês como vitorioso. 255 militares britânicos, três moradores das ilhas e 649 argentinos morreram no conflito. Desde então, internacionalmente, as Ilhas Malvinas são território britânico. No Reino Unido, o arquipélago é chamado de Ilhas Falkland. A região fica no sudoeste do Oceano Atlântico, a cerca de 480 quilômetros da Argentina e 12,8 mil quilômetros do Reino Unido. 

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, visitou as ilhas em fevereiro e disse que sua soberania não estava em discussão. Questionado sobre essa afirmação, Milei respondeu que “o território está agora nas mãos do Reino Unido, ele tem o direito de dizer isso. Não vejo como uma provocação.” 

Em 2013, os habitantes das Malvinas/Falkland votaram em um plebiscito sobre permanecer ou não como um território ultramarino do Reino Unido. O resultado foi positivo para o país britânico.  

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Na entrevista, Milei admitiu que esse processo pode levar anos, que se trata de uma “negociação de longo prazo”. “Eles podem não querer negociar hoje. Em algum momento mais tarde eles podem querer. Muitas posições mudaram ao longo do tempo”, disse à BBC.