Discurso de Biden inaugura campanha ao expor contrastes com Trump e republicanos

No "Estado da União" da noite de quinta-feira, presidente dos EUA pontuou diferenças com Donald Trump, sem nunca citar seu nome; questões externas, como Ucrânia, China e Gaza, foram destacadas

Bloomberg

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(Bloomberg) – Mesmo sem citar o nome de seu oponente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou o discurso anual do Estado da União na noite deste quinta-feira (8) para pontuar as diferenças entre ele e o provável candidato republicano na revanche da eleição presidencial em novembro.

“Você não pode liderar a América com ideias antigas que apenas nos levam de volta”, disse Biden a legisladores, dignitários e outros convidados no Capitólio. “Para liderar a América, a terra das possibilidades, é necessária uma visão para o futuro do que pode e deve ser feito.”

O discurso de Biden, que durou pouco mais de uma hora, expôs a sua proposta para um segundo mandato e destaques do primeiro, ao mesmo tempo em que citava repetidamente apenas o seu “antecessor”.

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A Casa Branca usou o discurso para enquadrar de forma mais nítida a corrida à reeleição que, a partir de agora, as pesquisas mostram a vitória de Trump, enquanto os eleitores expressam dúvidas sobre a condição física de Biden aos 81 anos. A equipe de Biden acredita que sua sorte melhorará à medida que mais americanos sintonizarem a revanche e compare-o diretamente com Trump.

Biden destacou vários contrastes entre sua visão de país e de mundo em relação aos republicanos, citando temas como a proteção ao aborto, a violência armada, a relação com a Rússia, os cortes de impostos para os ricos. Ele também não deixou de lembrar o ataque ao Capitólio em 6 de Janeiro de 2021.

Cenografia

O cenário do discurso estava repleto de imagens sobre a política atual, com participantes vestidos com cores de apoio à Ucrânia, republicanos incendiários vestindo itens de apoio a Trump e alguns legisladores democratas segurando silenciosamente cartazes pedindo um cessar-fogo em Gaza.

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Alguns membros do Partido Democrata das Mulheres vestiram-se de branco para simbolizar o apoio ao direito ao aborto das mulheres, uma questão eleitoral estimulante para o Partido Democrata.

Um de seus momentos mais contundentes foi atacar Trump pelos esforços para reverter a eleição de 2020, estimulando uma insurreição no Capitólio. “Você não pode amar seu país apenas quando ganha”, declarou Biden.

Ucrânia

Biden começou o discurso ligando crises de democracia internas e externas – culpando Trump e os republicanos pelas medidas que restringem a liberdade e alertando que o presidente russo, Vladimir Putin, estava em marcha na Europa e não iria parar na Ucrânia se a América abandonasse Kiev.

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“A história está literalmente assistindo”, disse Biden. “Se os Estados Unidos se afastarem, isso colocará a Ucrânia em risco. A Europa está em risco. O mundo livre em risco – encorajando os outros que desejam nos fazer mal.”

Ele enquadrou o momento como uma encruzilhada na luta da América contra a agressão russa e a influência económica da China. “Assegurei-me de que as tecnologias americanas mais avançadas não pudessem ser usadas nas armas da China”, disse. “Apesar de todo o seu discurso duro sobre a China, nunca ocorreu ao meu antecessor fazer nada disso. Quero competição com a China, não conflito.”

Guerra Israel-Hamas

Biden também fez de tudo para reconhecer a devastação “desoladora” em Gaza e anunciou planos militares dos EUA para construir unilateralmente um novo píer que facilitaria a entrega de ajuda humanitária.

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Embora Biden não tenha abandonado a defesa firme de Israel, dada após o ataque de 7 de outubro pelo Hamas, a proposta representou um aceno de paz para os eleitores progressistas que acreditam que a Casa Branca não foi longe o suficiente para controlar a resposta militar de Israel em Gaza.

Déficit público

Biden zombou dos republicanos que vaiaram a sua afirmação de que os cortes de impostos de Trump “explodiram” o déficit federal, franzindo a testa e desafiando-os a “verificar os números”.

Idade avançada

Perto do final do seu discurso, Biden acenou com a cabeça para o seu maior passivo eleitoral: a sua idade. Aos 81 anos, ele já é o presidente dos EUA mais velho de todos os tempos e completaria 86 anos no final de um segundo mandato. “Eu sei que posso não parecer, mas já estou aqui há algum tempo. E quando você chega na minha idade, certas coisas ficam mais claras do que nunca”, disse ele.

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