Com ajuda dos EUA, Argentina fecha acordo para a compra de jatos F-16

Administração Biden aproveita proximidade com Javier Milei para barrar a influência da China na região; operação precisou do aval do Congresso americano e do Reino Unido

Equipe InfoMoney

Detalhe de um caça F-16

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Com o apoio explícito da administração de Joe Biden, a Argentina assinou nesta terça-feira (26) uma carta de intenções para adquirir junto à Dinamarca 24 aeronaves F-16, que serão equipadas pelos Estados Unidos, informam órgãos de imprensa argentinos.

Embora os jatos sejam da Força Aérea Dinamarquesa, são fabricados pela americana Lockheed Martín. Quando o acordo for concluído, eles vão fazer parte da frota da Força Aérea Argentina, que tem a capacidade reduzida desde 2015, quando foram desprogramados os Mirage franceses.

Segundo os jornais locais, Washington teve um papel determinante para a assinatura do acordo, que precisou do aval não só de Biden, mas também do Congresso, por envolver também transferência de tecnologia.

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A operação deve alcançar US$ 40 bilhões e é financiada a 2%, uma taxa benéfica concedida pela intervenção do Foreign Millitary Financing (FMF), um programa de assistência da Agência de Segurança e Cooperação de Defesa do governo dos EUA, por meio da qual alguns governos estrangeiros elegíveis (aliados) adquirem equipamentos, serviços e treinamento do governo dos EUA.

Contra a China

A decisão tem implicações geopolíticas, uma vez que confirma o interesse dos EUA em manter sua base industrial de defesa vinculada a clientes da região. Além disso, fechou a porta para uma influência da China no mesmo nível. O governo de Pequim negociava uma oferta de 34 aviões de guerra F-17 por preços facilitados, dentro da doutrina de “softpower” adotada por Xi Jinping.

O Ministro da Defesa, Luis Petri vai viajar para Copenhague em meados de abril para a assinatura final do contrato das 24 aeronaves F-16 . Os jatos chegarão ao país a partir de dezembro de 2024.

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Segundo o jornal Clarín, a operação precisou também do aval do Reino Unido, uma vez que Londres tem negado á Argentina o acesso à tecnologia militar com participação inglesa desde a guerra das Malvinas.

O jornal afirma que a equipe de Biden apresentou um argumento óbvio: é melhor permitir a venda de aviões dinamarqueses para a Argentina do que a China colocar os seus aviões F-17 para aprofundar a sua influência na América Latina.