Caso de suborno de Trump deve ser suspenso, dizem promotores

Trump espera assumir um segundo mandato livre dos quatro processos criminais aos quais responde

Reuters

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O processo em que Donald Trump foi condenado por acusações criminais decorrentes de dinheiro pago pelo silêncio de uma estrela pornô deve ser suspenso diante de sua vitória eleitoral, para permitir que o republicano peça que ele seja rejeitado, disseram promotores de Nova York nesta terça-feira.

Trump, 78 anos, espera assumir um segundo mandato livre dos quatro processos criminais aos quais responde e que, segundo alguns, poderiam ter invibializado sua candidatura à Casa Branca em 2024.

O republicano foi condenado em maio por falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento de 130.000 dólares que seu ex-advogado, Michael Cohen, fez à estrela pornô Stormy Daniels. Ela recebeu o dinheiro para ficar em silêncio antes da eleição de 2016 sobre um encontro sexual que afirma ter tido com Trump, que nega a relação.

Foi a primeira vez que um presidente dos EUA — antigo ou em exercício — foi condenado ou acusado de um delito criminal.

A audiência de sentença de Trump estava marcada para 26 de novembro, mas o juiz Juan Merchan suspendeu todos os procedimentos do caso na semana passada, a pedido do gabinete do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg.

Os promotores pediram mais tempo para considerar as próximas etapas do caso, citando a necessidade de equilibrar os “interesses conflitantes” entre o andamento do processo criminal e a proteção ao cargo de presidente.

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Trump se declarou inocente no caso, que ele há muito tempo retrata como uma tentativa politicamente motivada de Bragg, um democrata, de interferir em sua campanha.

Seus advogados de defesa pediram a Merchan que rejeitasse o caso, argumentando que tê-lo pairando sobre ele enquanto presidente causaria “impedimentos inconstitucionais” à sua capacidade de governar.

Os advogados de Trump também argumentaram que sua condenação deveria ser anulada e as acusações rejeitadas devido à decisão da Suprema Corte dos EUA, em julho, de que os presidentes não podem ser processados por atos oficiais e que provas de seus atos oficiais não podem ser usadas em julgamentos sobre comportamento pessoal.

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O gabinete de Bragg disse que seu caso tratava de conduta puramente pessoal.

A falsificação de registros comerciais é punível com até quatro anos de prisão. Antes de ser eleito, especialistas diziam que era improvável — mas não impossível — que Trump fosse parar atrás das grades, com punições como multa ou liberdade condicional vistas como mais prováveis.

A vitória de Trump sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris na eleição de 5 de novembro tornou a perspectiva de impor uma sentença de prisão ou liberdade condicional ainda mais politicamente preocupante e impraticável, uma vez que uma sentença poderia impedir sua capacidade de conduzir os deveres da Presidência.

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