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Washington (Reuters) – Quase três quartos dos eleitores da eleição presidencial desta terça-feira (5) nos Estados Unidos acreditam que a democracia norte-americana está ameaçada, de acordo com os dados da pesquisa de boca de urna nacional da Edison Research, refletindo a profunda ansiedade que a nação enfrenta após uma campanha contenciosa entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
A democracia e a economia foram classificadas, de longe, como as questões mais importantes para os eleitores, seguidas por aborto e imigração, segundo os dados. A pesquisa mostrou que 73% dos eleitores acreditam que a democracia está em perigo, contra apenas 25% que dizem que ela está segura.
Os números refletem apenas uma fatia das dezenas de milhões de pessoas que votaram, tanto antes quanto no dia da eleição, e os resultados preliminares estão sujeitos a alterações no decorrer da noite, à medida que mais pessoas forem pesquisadas.
Os dois rivais estavam se aproximando de um final incerto após uma campanha vertiginosa, enquanto milhões de eleitores norte-americanos aguardavam em filas calmas e ordenadas nesta terça-feira para escolher entre duas visões nitidamente diferentes para o país.
Uma corrida agitada por eventos sem precedentes — duas tentativas de assassinato contra Trump, a retirada surpresa da disputa do presidente norte-americano, Joe Biden, e a rápida ascensão de Kamala — permaneceu empatada após bilhões de dólares gastos e meses de campanha frenética.
Trump, que frequentemente espalhou falsas alegações de que ganhou a eleição presidencial de 2020 contra Biden e cujos apoiadores atacaram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, votou perto de sua casa em Palm Beach, Flórida. “Se eu perder uma eleição, se for uma eleição justa, serei o primeiro a reconhecer isso”, disse Trump aos repórteres.
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Kamala, que já havia enviado sua cédula pelo correio para seu Estado natal, a Califórnia, passou parte desta terça-feira em entrevistas de rádio incentivando os ouvintes a votar. Mais tarde, ela deveria se dirigir aos alunos da Howard University, uma faculdade historicamente negra em Washington, onde Kamala estudou.
“Voltar hoje à noite para a Howard University, minha amada alma mater, e poder reconhecer este dia pelo que ele é, é realmente um círculo completo para mim”, disse Kamala em uma entrevista de rádio.
Os resultados nacionais das pesquisas de boca de urna fornecem uma importante janela para o pensamento da nação, mas podem não se alinhar diretamente com os sete Estados cruciais que deverão decidir a eleição presidencial.
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As pesquisas de boca de urna captam as variações entre o comparecimento em vários grupos demográficos, como eleitores homens versus mulheres ou eleitores com formação universitária versus eleitores sem formação universitária, e podem fornecer informações sobre como o comparecimento mudou em relação às eleições passadas.
Uma das principais vantagens das pesquisas de boca de urna é que todas as pessoas pesquisadas, por definição, são pessoas que votaram nessa eleição.
As pesquisas de opinião antes da eleição mostravam os candidatos empatados em cada um dos sete Estados que provavelmente determinarão o vencedor: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.
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História sendo feita
Kamala, de 60 anos, a primeira vice-presidente mulher, se tornaria a primeira mulher, mulher negra e sul-asiática norte-americana a ganhar a Presidência. Trump, de 78 anos, o único presidente a sofrer impeachment duas vezes e o primeiro ex-presidente a ser condenado criminalmente, também se tornaria o primeiro presidente a ganhar mandatos não consecutivos em mais de um século.
A disputa reflete uma nação profundamente polarizada, cujas divisões só aumentaram durante uma corrida ferozmente competitiva. Trump tem usado uma retórica cada vez mais sombria e apocalíptica na campanha. Kamala pediu aos norte-americanos que se unissem, alertando que um segundo mandato de Trump ameaçaria as bases da democracia norte-americana.
O controle de ambas as Casas do Congresso também está em disputa. Os republicanos têm um caminho mais fácil no Senado dos Estados Unidos, onde os democratas estão defendendo várias cadeiras em Estados com tendência republicana, enquanto a Câmara dos Deputados parece uma disputa acirrada.