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O governo argentino revelou nesta sexta-feira (25) a identidade do chefe operacional do grupo Hezbollah na América Latina.
Hussein Ahmad Karaki foi acusado de realizar operações de recrutamento e planejamento de várias ações terroristas, incluindo os atentados ao prédio da associação judaica argentina AMIA e à Embaixada de Israel em Buenos Aires.
O relatório destaca que ele esteve em Buenos Aires no dia do atentado à embaixada, em 17 de março de 1992, e deixou o país horas antes da explosão com um passaporte colombiano.
Além de revelar a identidade de Karaki, o governo entregou à Promotoria responsável pela investigação do atentado à AMIA e ao juiz encarregado do caso imagens do terrorista. As fotos seriam de 2004, quando o governo venezuelano lhe concedeu um passaporte sob o nome de David Assi.
Atualmente, Karaki estaria no Líbano, assim como outros acusados pelos atentados na Argentina.
O relatório afirma que, em 1992, Karaki esteve em Buenos Aires e comprou o carro-bomba utilizado no atentado da Embaixada de Israel com um passaporte colombiano em nome de Alberto León Nain.
“Ele saiu nesse mesmo dia de avião, horas antes da explosão. Partiu do Aeroparque Jorge Newbery com destino à cidade de Foz do Iguaçu”, disse Patricia Bullrich, ministra da Segurança.
Ele também teria tido participação ativa no atentado à AMIA, mas ainda não há provas de que esteve em Buenos Aires naquele momento. O relatório afirma que Karaki “saiu do radar” dos agentes de inteligência entre 1994 e 2000.
A partir desse ano, segundo o relatório, ele voltou a recrutar e a criar infraestrutura para realizar atentados na América Latina, mencionando sua vinculação com atentados frustrados na Colômbia, Venezuela, Chile, Brasil e na Tríplice Fronteira.
O governo sustenta que a revelação sobre Hussein Ahmad Karaki está à altura do assassinato de Hassan Nasrallah, um dos fundadores do Hezbollah, que morreu há um mês em um ataque aéreo do exército israelense.
Nasrallah era mencionado em um relatório sobre o atentado elaborado pelo então promotor e pelo procurador-geral que investigaram o atentado à AMIA.
Naquela época, o terrorista era secretário-geral da organização. Segundo o governo argentino, Karaki respondia diretamente a Nasrallah, sem intermediários.