Após fala infeliz de Biden, Kamala promete servir a “todos os norte-americanos”

Depois de um comício da campanha de Trump com declarações racistas contra hispânicos, o presidente Joe Biden se referiu aos apoiadores do ex-presidente como "lixo", causando embaraços à candidata democrata

Reuters

A candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, em Maryland - 30/10/2024 (Foto: Brendan Smialowski/Pool via Reuters)
A candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, em Maryland - 30/10/2024 (Foto: Brendan Smialowski/Pool via Reuters)

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Washington (Reuters) – A candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, prometeu nesta quarta-feira (30) servir a “todos os norte-americanos” se for eleita presidente, tentando conter as consequências de um comentário do presidente norte-americano, Joe Biden, que ameaçou minar sua mensagem de unidade.


“Quando for eleita presidente, vou representar todos os norte-americanos, inclusive aqueles que não votarem em mim”, disse a vice-presidente a repórteres antes de voar para um evento de campanha na Carolina do Norte, um dos sete Estados cruciais que determinarão o resultado da eleição de 5 de novembro.


Seu rival republicano, Donald Trump, também deve realizar um comício lá nesta quarta-feira.


Kamala está passando a última semana da campanha dizendo aos eleitores que respeitará aqueles que discordam dela e enquadrando o ex-presidente Trump como uma ameaça à democracia.


Essa promessa — feita em um grande comício em frente à Casa Branca na noite da última terça-feira — foi turvada por Biden, que criticou os comentários racistas feitos em um comício de Trump no domingo.
De acordo com uma transcrição da Casa Branca, Biden disse: “O único lixo que vejo flutuando por aí é a demonização dos latinos por parte de seus apoiadores, é inconcebível”.

 

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A campanha de Trump disse que Biden estava se referindo aos apoiadores de Trump como “lixo”. Biden disse mais tarde que estava falando sobre a linguagem usada por um comediante no comício.


Uma pesquisa Reuters/Ipsos de terça-feira mostrou Kamala à frente de Trump com 44% a 43% entre os eleitores registrados no país nacionalmente, dentro da margem de erro.

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Outras pesquisas de opinião identificaram margens apertadas nos sete Estados cruciais da disputa eleitoral. Os danos causados pelo furacão do mês passado tornaram os resultados da Carolina do Norte especialmente difíceis de prever.


Nesta quarta-feira, Kamala estará na capital estadual de rápido crescimento, Raleigh, enquanto Trump fará um comício em Rocky Mount.

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Trump venceu na Carolina do Norte por menos de 1,5 ponto percentual em 2020. O último democrata a ganhar o Estado foi Barack Obama em 2008, embora o governador seja o democrata Roy Cooper, desde 2017.


Trump atualmente tem uma vantagem de apenas um ponto sobre Kamala no Estado, de acordo com a média das pesquisas do FiveThirtyEight.


Trump e seus aliados procuraram retratar o voto de pessoas que não são legalizadas como um risco em potencial para a eleição, embora análises privadas e estaduais tenham mostrado repetidamente que essa prática ilegal é muito rara.

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A campanha focando na questão obteve uma vitória nesta quarta-feira, quando a Suprema Corte dos EUA restabeleceu a decisão da Virgínia de retirar de suas listas de eleitores 1.600 pessoas que as autoridades estaduais concluíram que poderiam não ser legalizadas, uma alegação que o governo de Biden contestou.


O que está em jogo no dia 5 de novembro é quem comandará o país mais rico e poderoso do mundo. Kamala e Trump divergem no apoio à Ucrânia e à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no direito ao aborto, em impostos, princípios democráticos básicos e tarifas que poderiam desencadear guerras comerciais.