Valores a receber: golpe usa programa do BC para roubar dinheiro; veja como se proteger

Criminosos usam vídeo real de celebridades promovendo o programa do BC para atrair vítimas

Anna França

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Depois que o Banco Central avisou que existem pelo menos R$ 7,5 bilhões esquecidos nos bancos pelos brasileiros, conforme dados do Sistema de Valores a Receber (SVR), começaram a surgir novos golpes na praça. Em meio ao crescimento no interesse dos correntistas, golpistas estão utilizando vídeos reais de celebridades, como o do ex-BBB Gil do Vigor, como iscas para atrair vítimas a sites fraudulentos.

Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, criminosos estão adotando táticas sofisticadas para passar confiança, como uso de dados pessoais reais e até áudios do serviço de suporte do Governo. Confira, a seguir, como o golpe funciona e as recomendações de especialistas para não cair na armadilha.

Como funciona

Pelas redes sociais, as vítimas se deparam com um vídeo patrocinado legítimo de uma celebridade promovendo o programa “Valores a receber”, que fala sobre o dinheiro esquecido. Mas, ao contrário da publicidade legítima, o golpe usa um link fraudulento que direciona o usuário para um portal falso, muito semelhante ao site do governo (gov.br).

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Ao acessar o site malicioso, um formulário solicita que a vítima informe seu CPF para verificação do saldo a receber. A partir daí, o usuário é obrigado a confirmar suas informações pessoais, como nome completo e filiação, dados que são confrontados com base de dados vazadas para confirmação da identidade.

Na sequência, em uma interação via chat, áudios que imitam o suporte do Governo Federal reforçam a aparência de legitimidade. Após a “verificação” da conta, o falso atendente confirma que a pessoa possui um valor para receber, variando de R$ 3 mil a R$ 6 mil.

A ofensiva vem nessa etapa: para que o dinheiro seja retirado, o interessado deve desembolsar uma falsa “taxa de liberação” de cerca de R$ 70, por meio de uma guia de pagamento que pode ser efetuado via Pix. É neste momento, com esperança de que vai resgatar a quantia após quitar a taxa, que a vítima perde seu dinheiro.

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“O golpe é muito bem-feito porque explora vídeos reais para criar credibilidade ao link falso – que também é muito bem estruturado e semelhante ao site original. Há ainda a interação no portal via chat em que enviam áudios e mostram dados pessoais verdadeiros do indivíduo. Por isso, já reportamos o golpe ao Banco Central para evitar que novas pessoas transfiram dinheiro para esses criminosos”, afirma Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky para a América Latina.

Como evitar o golpe

Confira dicas:

Caí no golpe! E agora?

Caso tenha realizado o pagamento da taxa via Pix, a solução indicada por especialistas é entrar em contato com o seu banco o mais rápido possível solicitando o MED (mecanismo especial de devolução).

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro.