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Sob a vigência do Verão, ocorrências de temporais, queda de raios, vendavais, enchentes, deslizamentos de terra, destelhamentos, quedas de árvore e energia, eletrodomésticos queimados, vidros quebrados, entre tantos outros transtornos, tornam-se frequentes.
Os prejuízos patrimoniais causados pelas mudanças climáticas têm estimulado a procura por proteção em diversos ramos de seguros, principalmente pelo seguro residencial, que até outubro do ano passado, último dado disponível, cresceu 13%.
“Antes, as pessoas pensavam no seguro residencial por causa da assistência, mas muita gente está percebendo a importância das coberturas, porque os riscos estão aumentando”, diz Jarbas Medeiros. presidente da comissão de riscos patrimoniais massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
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Ele lembra que o Brasil tem registrado uma quantidade enorme de ciclones. “Foram 3 eventos só no ano passado no Sul do Brasil e mais 1 em São Paulo. Há 10 anos, só acontecia um evento desses a cada 2 anos”, enfatiza.
Para Medeiros, 2023 foi um ano desafiador por conta da questão climática, mas também de crescimento, com a população entendendo mais as funcionalidades do seguro residencial.
De acordo com dados da federação, apenas 17% dos domicílios do país contam com uma apólice de seguro residencial, o que representa cerca de 12,7 milhões de residências seguradas.
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Apesar do índice ainda baixo, houve salto de 25% em relação a 2017, primeiro ano da série histórica, quando a participação era de 13,6%.
Blindagem financeira
“O seguro residencial tem que ser visto como blindagem financeira para lidar com imprevistos. Ainda que você leve uma vida tranquila, é preciso considerar que sempre há a possibilidade de ocorrer um imprevisto como os atuais eventos climáticos que temos acompanhado”, considera Rodolfo Bokel, sócio da Globus Seguros.
A advogada Laura Pelegrini, sócia da área de seguros, resseguros, previdência privada e saúde suplementar do escritório Demarest, concorda que o seguro residencial pode ser um instrumento valioso de gestão de riscos relacionados aos eventos climáticos no que se refere aos prejuízos individuais decorrentes de estragos em casas, apartamentos, sejam elas habituais ou de veraneios.
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No entanto, ela alerta que é necessário que o seguro preveja a cobertura para os eventos climáticos causadores dos danos, como, por exemplo, alagamento, vendaval, granizo ou desmoronamento.
“Tal tipo de evento, em geral, é incluído somente nas coberturas adicionais, não fazendo parte do pacote de coberturas básicas”, diz a advogada.
“É indispensável, portanto, que o segurado, ao contratar ou renovar seu seguro residencial reveja o pacote de coberturas contratadas para checar se é o adequado ao seu imóvel, sobretudo considerando a região em que se encontra e a recorrência de eventos climáticos”, complementa.
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A advogada Lorena Bentes Henriques, especialista em direito imobiliário e em processo civil do escritório Fonseca Brasil Advogados, lembra que é necessário atenção também aos limites contratados.
“O segurado deve buscar uma importância condizente com a reposição do patrimônio e, no caso do seguro residencial, deve ser considerado sempre o valor de reconstrução e nunca o venal porque a seguradora não fica com o bem, como em outros ramos, ela reconstrói. Dessa forma, o segurado fica protegido e evita pagar mais prêmio [valor disponibilizado pelo cliente à seguradora] do que deveria”, diz.
Coberturas
Além da cobertura básica de incêndio e explosão, por exemplo, o seguro residencial conta com coberturas adicionais para casos de eventos climáticos como:
- vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo
- quebra de vidros
- desmoronamento
- responsabilidade civil
- perda ou pagamento de aluguel
“O papel do seguro é o de repor ou minimizar as perdas financeiras do segurado nessas situações, mas é importante ter um profissional [corretor] para avaliar o risco do segurado e contratar as coberturas adicionais necessárias para cada tipo de risco. Exemplo: um apartamento tem risco diferente de uma casa de veraneio”, alerta Bokel.
Wellerson Castro, diretor comercial A12 Corporate, lembra que, além de cobrir danos materiais à habitação, o seguro residencial fornece suporte financeiro para reparos imediatos e reconstrução.
“Isso não apenas alivia o fardo financeiro sobre os segurados, mas também acelera a recuperação, permitindo que as comunidades se reconstruam com maior eficácia”, diz.
Vale destacar que as seguradoras também oferecem assistências 24 horas para suporte imediato ao ocorrido visando tirar os segurados das situações de perigo, bem como prevenir novas perdas.
Quanto custa?
Jarbas Medeiros reconhece que o preço médio do seguro residencial subiu devido aos últimos acontecimentos climáticos. “Mas continua sendo muito vantajoso”, avalia.
De acordo com ele, a média do seguro residencial no Brasil é R$ 600 por ano, mas o valor varia conforma a localidade. “Na região Sul, por exemplo, é outra realidade. Lá, se paga mais porque o risco é maior”, afirma.
“O seguro residencial não apenas oferece uma segurança para o lar, mas também possui um valor muito acessível e, muitas vezes, até mais barato do que proteções veiculares ou de dispositivos eletrônicos”, enfatiza Bruna Melo, COO da Ciclic, empresa do grupo BB Seguros.
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