Levy busca apoio para reforma do ICMS

Em menos de 24 horas, o ministro conseguiu manifestações de apoio público de 14 governadores

Estadão Conteúdo

Publicidade

Na tentativa de vencer as resistências do Senado Federal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, buscou apoio dos governadores para um movimento pró-reforma do ICMS. Levy ligou para todos os governadores do País e pediu respaldo político para a aprovação da resolução que unifica as alíquotas do ICMS, medida que tem por objetivo garantir o fim da chamada guerra fiscal entre os Estados, situação deflagrada com a concessão de incentivos fiscais para atrair investimentos das empresas.

Em menos de 24 horas, o ministro conseguiu manifestações de apoio público de 14 governadores. Onze deles enviaram cartas, e-mails e ofícios por escrito, entre eles Renan Calheiros Filho, governador de Alagoas e filho do presidente do Senado, Renan Calheiros. Sem acordo no Senado, no entanto, a votação da reforma do ICMS ficou para agosto, na volta do recesso parlamentar.

Os governadores do Acre, Ceará, Bahia, Maranhão, Pará, Santa Catarina, Paraíba, Piauí, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte oficializaram o apoio por escrito. Os governadores do Rio, Minas e São Paulo também sinalizaram apoio em declarações públicas e nas conversas com o ministro, segundo fontes da área econômica.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O ministro da Fazenda não conseguiu a aprovação da medida antes do recesso, mas quer garantir avanços na discussão nas próximas semanas, para que a reforma do ICMS seja aprovada no início de agosto. O corpo a corpo de e sua equipe foi intensificado na noite de terça-feira, quando foram identificados focos de resistência das bancadas do Nordeste e Centro-Oeste, depois que foi apresentada a proposta de reforma às lideranças do Senado.

Depois da ofensiva, o único Estado do Nordeste que continua sem manifestar apoio é Sergipe. A prioridade agora é conseguir o apoio dos governadores do Centro-Oeste, que ainda não se manifestaram. “A guerra fiscal, que é tão difundida em outros países, não dá certo no Brasil e gera ineficiência que se reflete na economia como um todo”, disse o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Fabrício Dantas.

Confaz
Na reunião desta sexta-feira, 17, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários estaduais da Fazenda, no Rio, Levy pretende avançar na costura política para aprovação da reforma, que é considerada essencial para destravar os investimentos e puxar o crescimento da economia.

Continua depois da publicidade

Para Júlio Bueno, secretário da Fazenda do Rio, o tema está maduro. “Quase a totalidade dos Estados já está de acordo com a tese (do governo)”, disse. Segundo ele, o grande problema hoje são os fundos que serão criados para compensar os Estados das perdas com a redução na alíquota do ICMS. “Os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste precisam ter certeza de que vão existir”, afirmou Bueno, ressaltando que a questão da unificação das alíquotas “está pacificada”.

Bueno destacou que, na última reunião, 27 Estados estavam de acordo, sendo que três apresentaram “discordâncias importantes”: Paraná, Rio Grande do Norte e Ceará. “A reunião de amanhã (hoje) será principalmente para discutir os fundos, quanto vai ter de compensação e se isso vai ser assegurado.”

Esses fundos, porém, dependem de uma outra votação no Congresso, permitindo a repatriação de recursos enviados irregularmente para o exterior. O dinheiro conseguido com a tributação em cima desses recursos é que seria usado pelo governo para abastecer os fundos. A pressão do governo para que o projeto de repatriação fosse votado com urgência no Congresso, porém, também não surtiu efeito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.