Quer fugir da inflação? Confira seis dicas para gastar menos com preços altos

O aumento dos preços devido à inflação apresentou diferença no orçamento do consumidor brasileiro

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – A expectativa do IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo) 2015 é que apresente um aumento de aproximadamente 7,5% devido à alta dos preços administrados, como energia e combustíveis, que em 2014 não sofreram aumento.

O aumento de 2014 do IPCA foi de 6,41%, um valor já alto e que fez com que o brasileiro sentisse a diferença em seus bolsos.

Para ajudar o consumidor a enfrentar as dificuldades com os preços, a BBC consultou economistas e analistas financeiros que sugerem seis estratégias. Saiba quais são:

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1. Invista
Quanto mais cresce a inflação, mais se perde ao deixar o dinheiro poupado parado e maior é a remuneração de um investimento para que se consiga obter ganhos reais com ele.

A recomendação de analistas financeiros é investir em renda fixa, como títulos do tesouro ou fundos de investimento e produtos financeiros atrelados a eles (LCI, LAC e CDB). “Como a expectativa é que os juros parem de subir entre abril e meados do ano, a preferência seria pelos pré-fixados”, explica Michael Viriato, professor do Insper.

Também devido ao aumento os juros, a poupança fica cada vez menos atrativa. “No ano passado, por exemplo, quem investiu em poupança teve um ganho real de cerca de 0,6%, quase nada”, disse.

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William Eid, economista e consultor financeiro, indica os títulos brasileiros no exterior como uma opção para quem tem mais recursos, já que muitas empresas emitem os títulos em outros países. Ele não aconselha, entretanto, que sejam feitos investimentos em imóveis.

2. Negocie aumentos
Especialistas recomendam que se negocie o aumento de produtos e serviços consumidos para que sobre dinheiro ao final do mês, já que os preços serão maiores e seu salário, não. “Se os aumentos da escola de seu filho não são razoáveis – se são de 10%, 20% muito mais altos que a inflação oficial (de 6,41%), vale a pena se juntar com outros pais para questionar o porquê desse aumento e pedir uma redução”, diz o economista Samy Dana, da FGV.

3. Pesquise preços
A inflação em patamares mais baixos (se comparada com os valores da década de 80 e 90, da superinflação), a comparação de preços é mais fácil, ainda mais com a internet à disposição. “Pesquisar preços é uma tarefa que todo consumidor deve fazer antes de ir às compras – e hoje, com a internet, isso está muito mais fácil”, disse Dana.

Não somente pesquisar no site das empresas e lojas para conferir preços, há uma série de sites e apps que comparam diversos lugares ao mesmo tempo, como o Buscapé.

4. Substitua itens de consumo
Outra forma de reduzir o impacto da inflação sobre seu orçamento é cortar os produtos que ficarem mais caros e substituí-los por outras marcas ou produtos diferentes.

“Cada um pode fazer uma análise do seu perfil de gastos para entender quais produtos e serviços são de fato importantes em sua vida e quais são o que eu chamo de ‘gastos tolos’, ou seja, aquelas coisas em que as pessoas acabam gastando muito, mas que não lhes trazem um bem-estar duradouro”, diz Mauro Calil, consultor financeiro e fundador da Academia do Dinheiro. “São esses gastos que devem ser cortados ou substituídos”.

5. Compras coletivas
Para Dana, outro recurso que pode ajudar os consumidores são as compras coletivas nos clubes de compras e ‘atacarejos’, lojas que vendem no atacado para pessoas físicas, já que oferecem um preço melhor para compras em grande quantidade.

De acordo com a consultoria Nielsen, as vendas nessas lojas cresceram 9% no primeiro semestre de 2014 em relação a 2013. Em 69% dos produtos pesquisados, os preços seriam menores que os encontrados no varejo – que podem ser até 30% mais baixos.

6. Estoque produtos baratos
Alguns consultores acreditam que é mais vantajoso comprar produtos usados com frequência em grandes quantidades, caso esteja em promoção – embora seja preciso identificar quais os produtos que podem, de fato, serem estocados.

“A inflação que temos hoje ainda está muito longe da inflação que vivemos nos anos 80, então não podemos exagerar ao fazer estoque”, diz Viriato.