Cartões pré-pagos de saúde podem custar até 15 vezes mais que um plano integral

Mesmo parecendo mais econômico, plano pré-pago de saúde pode sair mais caro que um plano integral

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Os cartões pré-pagos ganharam o mercado como uma alternativa prática e eficaz para controlar as finanças. Contudo, não são todos os cartões pré-pagos que representam economia. Um levantamento feito pela Proteste (Associação dos Consumidores) mostrou que os cartões pré-pagos de saúde podem custar até 15 vezes mais em comparação com um plano integral, que dá direito ao atendimento completo.

Assim como os demais cartões telefônicos pré-pagos, os de transporte público e para fazer demais compras, os de saúde também funcionam por meio de uma recarga prévia. Para utilizá-lo, o consumidor precisa adquirr o cartão de desconto – como também é conhecido -, pagando uma taxa de adesão, que varia de acordo com o plano. O sistema prevê recargas conforme o valor da consulta ou do exame, nos postos credenciados.

Porém, os principais órgãos de defesa do consumidor, o Conselho Regional de Medicina e a própria ANS (Agência Nacional de Saúde) são contra a comercialização deste produto. A agência, inclusive, não regulamenta esse mercado de pré-pago e ainda proíbe o envolvimento das operadoras de planos de saúde.

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Mesmo assim, é possível encontrar diversos cartões pré-pagos de saúde, como oferecidos pelas empresas Clube Azul Vida Saudável e Vale Saúde Sempre, ambas operadas pela Ônix Serviços de Valor Agregado.

O barato saiu caro
Para analisar as condições desses produtos com os planos autorizados, a Proteste montou dois perfis, comparando três opções: cartão pré-pago, plano ambulatorial, que cobre só consultas e exames, e plano integral, que dá direito ao atendimento completo (esses dois últimos registrados na ANS).

Apesar da mensalidade do cartão pré-pago sair bem mais em conta que a de um plano de saúde (um cartão custa, em média, R$ 34,90 contra R$ 341), ao somar os valores das consultas, exames e possível internação, os preços se invertem.

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Para o perfil 1, simulando o caso de uma mulher de 25 anos que precisasse fazer três consultas por mês e um exame de endoscopia digestiva alta com biópsia, o custo total do pré-pago seria o dobro (R$ 535,48) de um plano ambulatorial registrado na ANS (R$ 258). E para o perfil 2, envolvendo o caso de um homem de 35 anos que necessitasse de três consultas mensais e internação por um dia, enquanto no plano integral de convênio da Unimed Rio passaria de R$ 406,14 para R$ 1.253 a R$ 6.053. Ou seja, o custo varia de 3 a 15 vezes mais. Confira abaixo a tabela com a comparação:

Perfil 1*
Nome da empresa/Produto Mensalidades Consultas Exame Total
*Caso de uma mulher de 25 anos que precisasse fazer três consultas por mês e um exame de endoscopia digestiva alta com biópsia;
Clube Azul Vida Saudável/Cartão pré-pago Standard 34,90 190,90 309,68 535,48
Nova Camim/Plano Ambulatorial Camim I 48 210 258
Unimed Rio/Plano Integral Alfa 2 341,87 341,87
Perfil 2*
Nome da empresa/Produto Mensalidades Consultas Internação Total
*Caso de um homem de 35 anos que necessitasse de três consultas mensais e internação por um dia.
Clube Azul Vida Saudável/Cartão pré-pago Standard 34,90 190,90 1.200 a 6.000 1.425,80 a 6.225,80
Nova Camim/Plano Ambulatorial Camim I 53 1.200 a 6.000 1.253 a 6.053
Unimed Rio/Plano Integral Alfa 2 406,14 406,14