Pix sem internet, no pedágio e no ônibus? BC sinaliza futuro do sistema instantâneo

5G pode auxiliar novas soluções para o Pix no varejo

Giovanna Sutto

Carros passam por pedágio em rodovia da concessionária Rota das Bandeiras no interior de SP (Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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O Banco Central quer ampliar os casos de uso do Pix, sistema de pagamentos instantâneos, nos próximos anos incluindo soluções para uso sem internet, em pedágios nas rodovias e até em transporte público, como ônibus e metrô. O objetivo é transformar o Pix em um meio de pagamento universal.

A informação está no “Relatório de Gestão do Pix” publicado na segunda-feira (4) pelo BC e que traz, além de um raio-x sobre as transações nos dois primeiros anos de operação (2020-2022), um recorte sobre o futuro do sistema.

“Entre as possibilidades de desenvolvimentos futuros, está o uso de outras formas de iniciação que permitam que o pagador esteja sem conectividade à internet para realizar transações Pix”, diz a análise.

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“O uso de novas tecnologias que tornam a experiência de pagamento ainda mais rápida pode ser benéfico principalmente em alguns casos de uso específicos, como pagamentos de pedágios em rodovias, estacionamentos e transporte público”, complementa o relatório.

O BC também ressalta que a chegada da tecnologia 5G no Brasil deve trazer “ainda mais oportunidades para o desenvolvimento de processos e de soluções de qualidade para o mercado de pagamentos de varejo” diante da capacidade de processamento das transações em menor intervalo de tempo.

E não para por aí. Há, ainda, espaço para estudar formas alternativas de iniciação de pagamentos com o Pix, por exemplo, com uso de tecnologia por aproximação – como a conhecida NFC , RFID (radiofrequência), bluetooth, biometria e outras.

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“Muitos negócios que hoje não são realizados pela falta de conectividade poderão ser viabilizados instantaneamente, de forma simples, segura e com menor custo”, avalia o BC no relatório.

Pix e crédito

O relatório também sinaliza que o BC vai viabilizar a utilização de mecanismos de garantia vinculados às transações de pagamento, “possibilitando o Pix para pagamentos a prazo ou parcelados mitigando o risco de crédito do recebedor em eventuais situações de inadimplência do pagador.”

O BC explica que vem acompanhando a oferta das instituições privadas de soluções próprias que já permitem o parcelamento com Pix.

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Roberto Campos Neto, presidente do BC, já afirmou que o crédito com Pix será realidade. 

“Você vai juntar o Pix e outros produtos, lembrando que você vai poder começar a poder fazer crédito no Pix, então, em algum momento, no futuro, você não precisará ter cartão de crédito, poderá fazer tudo no Pix”, disse.

Já há alguns modelos sendo praticados, como soluções que vinculam uma concessão de crédito pessoal à transação Pix e as que permitem o pagamento de  uma transação Pix na fatura do cartão de crédito.

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“O BC monitora a evolução desse mercado e o uso dessas soluções, podendo, futuramente, caso julgue necessário, decidir pela criação de um produto único ou pela definição de regras mínimas a serem observadas pelas instituições”, diz o relatório.

Pix internacional

O BC também reforçou que o Pix poderá permitir a integração com sistemas de pagamentos instantâneos internacionais, viabilizando a realização de transações transfronteiriças entre o Brasil e outros países, como remessas, pagamentos entre empresas e pagamentos de compras de bens e de serviços no exterior.

Renato dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro, reafirmou que o Pix internacional é prioridade na agenda do BC. Veja mais abaixo:

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.