Participação de bancos faz piloto do Drex ser pioneiro, diz executiva da Visa

Diferentes tokens oferecerão soluções ao consumidor com o respaldo do Drex, diz Catalina Tobar

Maria Luiza Dourado

(Getty Images)

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A abordagem do Drex, o real digital que está sendo desenvolvido pelo Banco Central, é pioneira, afirmou Catalina Tobar, head de soluções cripto da Visa para América Latina e Caribe, em entrevista exclusiva ao InfoMoney.

A executiva destaca que o projeto-piloto em desenvolvimento está na vanguarda pela relevância que confere aos bancos comerciais a implementação da CBDC (versão virtual da moeda de um país) brasileira.

“Os diferentes tokens dos bancos oferecerão soluções diretas ao consumidor com o respaldo do Drex — que é uma moeda de compensação. Nesse modelo, o banco comercial é muito relevante, porque ele é um interlocutor que chega ao consumidor com soluções e serviços — como a possibilidade de a Caixa Econômica pagar o Bolsa Família usando o Drex. Isso é pioneiro, apesar de alguns países terem adotado projetos parecidos”.

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O crescente volume transacionado em stablecoins — criptomoedas que costumam manter valor estável, em geral indexadas a moedas fortes, como o dólar — mostra a abertura da população para ativos tokenizados.

Segundo a Visa, o número mensal de transações de stablecoins passou de 179 milhões, no fim de 2021, para 315 milhões no final de 2023, após atingir um pico de 450 milhões mensais em meados de 2022 — ano em que a indústria cripto sofreu forte escrutínio regulatório, após o colapso da exchange cripto FTX. No acumulado de 2023, a Visa contabiliza US$ 1,35 trilhões de volume transacionado em stablecoins. “Isso mostra que essa tecnologia está efetivamente sendo utilizada como meio de pagamento”, diz Catalina Tobar.

O Banco Central mantém calendário de lançamento da moeda digital brasileira. Está previsto para maio o fim da segunda etapa do projeto Drex, chamada de “Prospecção de soluções de privacidade”.

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A Visa é uma das instituições financeiras que aderiram ao projeto-piloto do Drex e contribuem para o seu desenvolvimento, ao lado da XP Investimentos e outras 15 propostas de diferentes empresas.

A informação, contudo, não parece convencer atores do sistema financeiro nacional. À reportagem, fontes já afirmaram que esperam que o calendário do Drex seja revisado, devido aos contratempos de implementação, à operação-padrão desencadeada pelos servidores do BC, que se somam à necessidade de garantir o funcionamento correto da plataforma.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.