Operários da Copa do Catar processam empresa dos EUA por exploração

Trabalhadores alegam que construtora Jacobs Solutions os sujeitou a condições desumanas, além de não pagar todos os salários e confiscar seus passaportes

Reuters

Obras em estádio de futebol no Catar (Reuters)

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Dezenas de operários filipinos que ajudaram a construir os estádios que sediaram a Copa do Mundo de 2022 no Catar, da Fifa, entraram com um processo na quinta-feira (12), alegando que a empresa de construção norte-americana Jacobs Solutions os sujeitou a condições perigosas e desumanas.

Os quase 40 requerentes em uma ação entregue a um tribunal federal de Denver, no Colorado, disseram que Jacobs e várias subsidiárias que supervisionaram os projetos de construção forçaram os trabalhadores a viverem em alojamentos apertados e sujos e a trabalhar até 72 horas seguidas sob calor escaldante, sem água ou comida.

Eles também alegam que não receberam todos os seus salários e que tiveram passaportes confiscados, o que os impediu de encontrar novos empregos ou voltar para às Filipinas.

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A empresa Jacobs, sediada em Dallas, no Texas, foi procurada pela Agência Reuters, mas não respondeu até esta publicação.

O Catar recebeu intensas críticas de grupos de direitos humanos pelo seu tratamento aos trabalhadores imigrantes que, junto com outros estrangeiros, compõem a maior parte da população do país. O escrutínio se intensificou nos anos anteriores à Copa do Mundo de 2022, quando centenas de trabalhadores morreram, segundo relatos, e milhares ficaram feridos durante os projetos de construção.

O governo do Catar tem dito que muito menos trabalhadores morreram ou ficaram feridos, e em 2020 aumentou o salário mínimo do país e o aplicou aos trabalhadores estrangeiros pela primeira vez.