Como organizar as finanças nas diversas etapas da vida?

Especialistas em educação financeira ensinam a organizar a vida financeira nas principais etapas da vida, para aproveitar o dinheiro ao máximo

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Organizar as finanças e conseguir adequar os gastos à renda mensal. Pode até parecer simples, mas muitas pessoas ainda sofrem com questões como estas e não levam em consideração as etapas da vida para estipular metas e objetivos financeiros.

Os especialistas em finanças ressaltam que o orçamento pode ser adequado para as diferentes fases da vida, desde os jovens, que normalmente ainda não têm uma família constituída e possuem gastos específicos, com diversão, roupas e estudos, por exemplo, até os aposentados, que já não estão mais no mercado de trabalho e possuem outros tipos de gastos, com saúde e medicamentos, por exemplo.

Dos 20 aos 30 anos
Nesta idade, muitas vezes, o jovem ainda mora com os pais e não possui tantas responsabilidades financeiras. Por isso, segundo a especialista em finanças e diretora do The Money Camp, Silvia Alambert, esta é a hora de tentar economizar o máximo possível e aproveitar para investir.

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“Nessa faixa etária, para aqueles que ainda moram com os pais e já possuem uma renda mensal, é possível direcionar de 35% até 50% do salário para uma conta de investimento”, ressalta.

Para a educadora, é importante começar a pensar na aposentadoria desde muito cedo, para evitar grandes esforços financeiros ao longo da vida. “O quanto antes se começar a pensar nisso, melhor. Quanto mais o tempo vai passando, mais difícil de alcançar determinado objetivo”, diz a educadora.

A opinião é compartilhada pelo educador financeiro e sócio fundador da Mais Ativos, Álvaro Modernell. “O ideal mesmo é que os próprios pais comecem a pensar na aposentadoria dos filhos. Se isso não acontecer, o jovem deve se preocupar com isso assim que conseguir o primeiro emprego e já destinar uma parte da renda”, afirma Modernell.

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Segundo o educador, com o mercado de trabalho aquecido, já é possível que os jovens sejam até mais criteriosos para escolher a empresa em que vão trabalhar. “Eu aconselho para aquelas pessoas que tiverem oportunidade de escolher emprego, para optar por empresas que oferecem plano de previdência”, diz Modernell.

De acordo com ele, uma das vantagens dos planos de previdência empresariais é que, na maioria dos casos, a cada real investido pelo funcionário, a empresa coloca outro, o que aumenta consideravelmente o benefício.

Adequar o orçamento
De acordo com Silvia, não é preciso que o jovem deixe de fazer as coisas de que mais gosta, como sair com os amigos, mas é importante adequar estes gastos à sua realidade e conciliá-los com a renda.

“Se for o caso, é importante refazer a contabilidade, para viver dentro do orçamento”, ressalta a educadora.

Para o sócio da Mais Ativos, o jovem não precisa deixar de fazer nada do que estava acostumado. Mas é importante respeitar duas condições: “separar uma parte da renda para investimento e comprar sempre à vista”.

Por volta dos 35 anos
Nesta fase da vida, as pessoas já estão inseridas no mercado de trabalho e a renda já está mais consolidada. Ao mesmo tempo, as responsabilidades costumam ser bem maiores. Gastos com escola, saúde dos filhos e financiamentos são bastante comuns nesta etapa da vida.

Com isso, é preciso aproveitar o bom momento da carreira. “Normalmente as pessoas estão próximas do ápice profissional. Esta é a hora de produzir o máximo possível para que gere renda e para reforçar a parte de previdência”, ressalta Modernell.

Segundo ele, além do plano normal de previdência, é importante pensar em outros investimentos complementares para o longo prazo. “É importante diversificar, formar uma carteira de ações para daqui a 20, 30 anos poder utilizar os benefícios da renda passiva” , diz Modernell.

Aposentadoria
Para aqueles que já estão na idade de se aposentar, os gastos geralmente passam a ser outros. “A pessoa deixa de se preocupar com despesas relativas aos filhos, mas surgem outras, com saúde e medicamentos”, aponta Silvia.

Assim, de acordo com Modernell, se você poupou durante toda a vida e agora possui uma renda suficiente para parar de trabalhar e viver de maneira confortável, é hora de aproveitar, sempre com moderação.

“Quem se preparou para este momento da vida tem uma tranquilidade muito maior. É importante apenas ser um pouco mais conservador com os investimentos, já que o tempo de recuperação é menor. Também é possível viajar, aproveitando estações intermediárias, quando os preços são mais baratos”, diz.

Já para quem não fez um plano de aposentadoria e não possui uma renda suficiente, é mais complicado. “Depender apenas da Previdência Social pode ocasionar uma queda muito forte da renda”, diz Modernell.

Neste caso, se for possível, ele aconselha que se continue a trabalhar, tentando economizar o máximo possível. “A pessoa pode trabalhar com consultoria para buscar uma renda complementar”, exemplifica.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip