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Colocada à venda em leilão, a mansão de Hebe Camargo não recebeu qualquer oferta e pode permanecer sem um novo dono. O imóvel está localizado no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, e tem cerca de 962 metros quadrados (m2). Avaliada em R$ 8,2 milhões, a casa chegou a ser oferecida por um valor mínimo de R$ 4,1 milhões — levando os herdeiros a contestarem o valor e fazendo com que a venda fosse suspensa. Hebe morreu em setembro de 2012, aos 83 anos.
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A apresentadora viveu na mansão entre os anos de 1979 e 2000, junto com o então marido, o empresário Lélio Ravagnani. Quando Hebe ficou viúva, ela deixou o imóvel de luxo, e o bem passou a integrar o patrimônio dos herdeiros de Ravagnani. A decisão de levar a casa a leilão foi consequência de um processo movido pela WV Soluções Logísticas, que cobra dívidas não quitadas pela família do empresário.
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Como de praxe, o leilão foi realizado em duas praças (datas de arremate): a primeira foi em setembro e a segunda, no último dia 21 de outubro. No entanto, em nenhuma das ocasiões algum interessado fez ofertas para a mansão. “Como se trata de um leilão judicial, o imóvel vai retornar para uma análise do mesmo juízo que liberou o primeiro leilão. Após isso, o juiz decidirá se o imóvel entra novamente”, disse ao InfoMoney a Zuk, que realizou o evento com a leiloeira Dora Plat.
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Vale lembrar que o filho de Ravagnani contestou o valor mínimo definido para arrematar a mansão. De acordo com informações obtidas pelo Uol, no laudo pericial, feito em 2022, o imóvel foi avaliado em R$ 8,2 milhões, por isso ele chegou a ser oferecido a 50% desse preço na segunda praça. Com a contestação feita na Justiça por Lélio Ravagnani Filho, o desembargador Alexandre Malfatti suspendeu as negociações da casa.
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O que vai acontecer com a mansão de Hebe Camargo?
Embora a penhora da mansão em que a apresentadora Hebe Camargo viveu tenha tido a venda suspensa, a decisão não é permanente. “O credor pode requerer que o bem seja levado novamente a leilão, cumprindo todas as obrigações e prazos legais”, explica Marcos Poliszezuk, sócio do Poliszezuk Advogados.
Além disso, o advogado ressalta que o valor estipulado na avaliação feita pelo perito técnico leva em conta as condições atuais do imóvel, aplicando a devida desvalorização em razão de possíveis deteriorações. “Serão levados em consideração todas as caraterísticas do imóvel para esta avaliação, como localização, área do terreno e área construída, deteriorações, entre outros aspectos”, afirma Poliszezuk.
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Segundo o documento obtido pelo Uol, as condições físicas da mansão realmente foram um aspecto negativo na avaliação do imóvel. O laudo pericial apontou que há infiltrações, descascamento de pintura, bolhas nas paredes, corrosão de quadros elétricos e danos estruturais generalizados. “Está em ruínas”, escreveu o juiz Fábio Junqueira no processo de penhora do imóvel por dívidas movido pela WV. A família alega que uma tempestade, em 2015, prejudicou o estado de conservação do bem.
Ao InfoMoney, Poliszezuk frisa que avaliar a medida do desembargador Alexandre Malfatti, de atender o pedido de suspensão de venda da casa, é difícil sem ter acesso aos fundamentos que motivaram a decisão. Ainda assim, o advogado lembra que o Judiciário tem entendido que, para qualquer modalidade de leilão, tem de ser observado o parâmetro fixado pelo Código de Processo Civil (CPC).
Veja abaixo o que diz a lei:
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“Artigo 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.”
Considerando que o preço oferecido na segunda praça do leilão foi de R$ 4,1 milhões, o parâmetro mínimo foi de 50% do valor avaliado em perícia técnica. Caso uma nova avaliação seja feita, e o valor suba, é possível que a mansão de Hebe Camargo seja leiloada por um preço maior. No entanto, por enquanto, a decisão judicial apenas suspendeu a venda, sem ainda haver outros desdobramentos do caso.