Xiaomi promete nova loja em 2019 e mais produtos no Brasil

Com pouco mais de dois meses de atuação no país, a marca de tecnologia chinesa Xiaomi já possui uma loja física, um portfólio de mais de 170 itens e planos ambiciosos para suas futuras operações no Brasil

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – A Xiaomi, marca chinesa de tecnologias e produtos, abriu sua primeira loja física no Brasil há dois meses e já possui planos ambiciosos para uma expansão da marca no país. Uma nova loja física e um aumento considerável no portfólio de produtos oferecidos estão entre os objetivos principais da companhia.

“O plano de mais lojas no país existe, pois se alinha com nosso objetivo [de expansão da marca no Brasil]. Ainda assim, costumamos ser realistas”, disse Luciano Barbosa, Diretor de Produtos da Xiaomi no Brasil, em entrevista ao InfoMoney. A empresa promete uma loja física nova no país em breve, mas não revela o endereço: “deve sair até o fim do ano”, diz o executivo.

Com um leque de produtos variado, que vão desde smartphones a câmeras de segurança e patinetes, a marca também promete aumentar o portfólio oferecido no Brasil. “Começamos com 100 itens e hoje estamos com mais de 150 produtos à venda aqui. Até o final do ano esperamos bater a marca dos 200”, comenta Barbosa.

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Ainda de acordo com o diretor, o plano de expansão da Xiaomi no mercado brasileiro se sustenta em duas vertentes: ser conhecida e se tornar referência. “Essa primeira etapa é fundamental, para que o público conheça nossa marca, saiba quem é a Xiaomi e o que fazemos”, diz. “A segunda é que o consumidor consulte a Xiaomi antes de comprar qualquer coisa, não só eletrônicos, mas itens de consumo em geral”.

Barbosa conta que, para a empresa, é essencial que o brasileiro conheça tudo o que a companhia tem a oferecer e não fique apenas fechado no nicho dos smartphones.”Hoje, os smartphone não representam nem metade do volume dos negócios da companhia”, completa o diretor.

Produção nacional?

Mesmo ao afirmar que a marca está “com os dois pés no Brasil”, o diretor afirma que estabelecer uma fábrica nacional para baratear a produção dos produtos não é um plano propriamente dito, e sim uma ideia que precisa de mais estudo e análise. Mas também não descarta a possibilidade.

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“Para começar a produção nacional, precisaríamos começar com pouquíssimos produtos. E isso afasta o consumidor e não vai de acordo com a nossa proposta de oferecer um portfólio extenso e integrado. Esse plano de fabricar aqui não é para um futuro próximo, mas está em estudo”, explica Barbosa.

Problemas e Polêmicas

No mês passado, a fundação Procon-SP visitou a loja da marca no shopping Ibirapuera e constatou certas irregularidades, como produtos com informações e manuais de instruções sem tradução para português – o que fere o Código de Defesa do Consumidor.

“Na loja, localizada no shopping Ibirapuera, foram constatadas: presença de produtos com informações unicamente em língua estrangeira; produtos sem manual de instruções em língua portuguesa; produtos sem informação de origem no Brasil (importador); produtos com informações de segurança unicamente em língua estrangeira.”, relata a nota do órgão de defesa do consumidor.

Além do Procon-Sp, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou que a Xiaomi estava realizando a venda de produtos sem a devida homologação: foram encontrados, por exemplo, códigos de registro exatamente iguais em aparelhos diferentes. A penalização para casos como este envolvem advertências, multas e até o impedimento de comercialização. 

Em meio às polêmicas, Barbosa admitiu que houve erros, mas que hoje está tudo legalmente alinhado entre a Xiaomi e os órgãos nacionais. “Seguinte: houve uma falha técnica e alguns produtos não foram devidamente etiquetados da forma correta, mas temos uma boa proximidade com o órgão. Hoje, tudo está perfeitamente alinhado”, explica o diretor.

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Ele também comentou que a visita do Procon é um procedimento padrão e que não houve nenhuma autuação por parte do órgão.

“Isso [visita do Procon à loja] é um procedimento padrão em todo novo comércio. Todos os aparelhos e produtos possuem manuais de instrução de uso e segurança em língua portuguesa online. Nós sempre deixamos claro que temos relações excelentes com a máquina pública brasileira”, explica Barbosa.

“A política do próprio diretor da DL [distribuidora oficial da Xiaomi no Brasil] é de transparência total, e isso encaixou muito bem com o que a Xiaomi quer fazer no país”, completa.

Vendas extra-oficiais

O diretor ainda se mostrou preocupado com a quantidade de sites não oficiais vendendo os produtos da Xiaomi no país. Ele diz que a “desinformação” pode causar enormes transtornos aos usuários e a imagem da companhia perante o público.

A DL é a unica empresa autorizada a fazer a importação e distribuição dos produtos da Xiaomi no Brasil e o único site oficial da companhia é o mi.com/br/.

“Há sites que utilizam nossas mesmas fontes e estilos gráficos, que se passam pela Xiaomi verdadeira, mas não são. Já recebemos diversas reclamações de clientes que tiveram problemas de entrega e reembolso, por exemplo, mas nós não tivemos nada a ver com isso, foram essas lojas paralelas”, adverte Barbosa.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.