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SÃO PAULO – Os empréstimos bancários para o setor privado no Brasil subiram 18% no ano passado e cresceram 115% desde a recessão global nos últimos quatro anos. O índice ficou acima da média global de 4%.
Os dados são do novo estudo da UHY e revelam que, em contraste com o G7 (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido) – onde tais empréstimos estagnaram no ano passado, mostrando um aumento de apenas 0,1% em termos reais –, os empréstimos bancários continuam a subir no Brasil e nos outros países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
Desde 2009, a China, por exemplo, observa um salto de 112% do crédito bancário no setor privado. Já na Índia, os empréstimos tiveram um aumento de 89%, constatando-se assim que os empréstimos para as principais economias emergentes estão em ascensão.
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Brasil
Apesar de a inflação ter apresentado um considerável aumento no Brasil, o crescimento dos empréstimos permaneceu expressivo em termos reais. Os empréstimos subiram 10,6% no ano passado. O crescimento médio de empréstimos nos países do BRIC foi de 16,3%, em termos reais.
Para a empresa de consultoria, o aumento dos empréstimos bancários no setor privado brasileiro tem sido impulsionado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na tentativa de estimular a economia por meio de financiamento de uma ampla gama de projetos em todas as áreas da economia.
No entanto, os especialistas consideram que a injeção de capital para a economia brasileira é uma estratégia de alto risco caso a preocupação atual com os níveis de crédito chineses venha a se concretizar. Para o diretor de consultoria internacional da UHY Moreira, Eric Waidergorn, o aumento da concessão de empréstimos no Brasil ajudou a evitar uma crise econômica nos últimos anos, mas as perspectivas de curto prazo para a economia ainda não estão certas.
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“Uma questão importante é saber se as empresas nacionais serão capazes de gerenciar os níveis de dívida que assumiram, enquanto a economia brasileira cresce a níveis abaixo do esperado. Há também preocupações quanto à sustentabilidade dos níveis de crédito da China. Uma crise por lá causaria um sério impacto aqui, uma vez que é um mercado muito importante para nós”, afirma.
Confira abaixo o total de empréstimos feitos em cada país:
País | Variação em 4 anos | Variação em 2013 | Taxa de inflação anual | Variação real |
---|---|---|---|---|
Fonte: Banco Mundial *Período dos dados: 01 de janeiro de 2009 – 31 dezembro de 2013 **Os empréstimos do setor privado incluem os empréstimos para empresas e pessoas físicas, excluindo o crédito através de títulos de dívida, tais como obrigações. |
||||
Brasil | 115,20% | 17,90% | 6,2% | 10,59% |
China | 112,14% | 21,40% | 2,6% | 18,27% |
Índia | 88,90% | 14,20% | 10,9% | 1,76% |
Rússia | 72,17% | 18,90% | 6,8% | 10,85% |
Cingapura | 54,30% | 16,90% | 2,4% | 14,05% |
Malásia | 36,66% | 13,60% | 2,1% | 11,21% |
Bélgica | 20,52% | 1,70% | 1,1% | 0,56% |
Canadá | 19,54% | 4,70% | 0,9% | 3,76% |
Austrália | 17,16% | 5,40% | 2,4% | 2,86% |
República Checa | 12,76% | 2,50% | 1,4% | 1,04% |
Áustria | 12,67% | -0,90% | 2% | -2,91% |
França | 9,75% | -0,10% | 0,9% | -0,99% |
Dinamarca | 4,84% | -0,60% | 0,8% | -1,41% |
México | 4,72% | -0,60% | 3,8% | -4,36% |
Holanda | 3,64% | -0,70% | 2,5% | -3,23% |
Alemanha | 3,42% | 1,30% | 1,5% | -0,22% |
Croácia | 3,10% | -4% | 2,2% | -6,12% |
Grã-Bretanha | -0,58% | 0,40% | 2,6% | -2,24% |
Itália | -0,91% | -2,40% | 1,2% | -3,53% |
Irlanda | -1,40% | -5,90% | 0,5% | -6,36% |
Japão | -2,22% | 3,40% | 0,4% | 3,04% |
Estados Unidos | -4,74% | 1,40% | 1,5% | -0,13% |
Espanha | -10,54% | -6,50% | 1,4% | -7,80% |
Média BRIC | 97,10% | 18,10% | – – – | 16,29% |
Média G7 | 3,50% | 0,10% | – – – | 0,13% |