Comprar somente à vista por um ano é possível, afirma especialista

Medida pode trazer grande aprendizado ao consumidor

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SÃO PAULO – Pagar somente à vista pelo período de um ano é possível e pode trazer grande aprendizado ao consumidor. Ao menos, esta é a opinião do palestrante, educador financeiro e fundador da Academia do Dinheiro, Mauro Calil.

De acordo com ele, se a pessoa consegue fazer um planejamento financeiro para se endividar, sabendo quantas parcelas cabem no seu orçamento; ela também consegue fazer o mesmo para não se endividar e saber o quanto pode gastar durante o mês sem fazer dívidas.

E se isso é possível, ressalta, passa a ser viável também incluir no planejamento um percentual mensal para investimentos, com objetivos definidos, como a formação de uma poupança para o pagamento à vista.

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O caminho das pedras
Ainda segundo Calil, quem se propõe a pagar somente à vista e, consequentemente, organizar as finanças, deve, primeiramente, parar de comprar, sobretudo itens como roupas e calçados – campeões entre as compras realizadas por impulso.

Outra medida importante é, nas palavras do educador financeiro, “aposentar o cartão de crédito”. Isso porque, diz ele, o cartão é um dos grandes geradores de parcelas e responsável por criar a ilusão de compra a longo a prazo, escondendo juros mais altos, o que acaba por comprometer o orçamento.

O especialista ressalta ainda a necessidade de refletir antes de comprar. “Quando surgir a vontade de comprar a prazo, é sempre bom se fazer algumas perguntas: “preciso realmente deste bem?”, “tenho a necessidade deste produto neste momento?” e a mais importante de todas as questões “qual a minha capacidade de pagamento”, ou seja, “vou conseguir honrar a minha capacidade de pagamento, sem comprometer minhas necessidades básicas?””.

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Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Calil diz que a planilha orçamentária não é a única forma de controlar as finanças, sendo que as pessoas podem recorrer a outros mecanismos de controle, incluindo aplicativos. “Planejamento é sobretudo antever o que vai acontecer com o dinheiro”, completa.

Quanto cabe no bolso
No geral, explica o educador financeiro, atualmente, a sociedade brasileira está padecendo do famoso mal do “quanto cabe no bolso”, priorizando o pagamento parcelado e comprando indiscriminadamente.

“Enquanto as parcelas do financiamento do carro, adquiridos em 60 parcelas iguais, da compra de roupa, divididos em três vezes no cartão de crédito, estiverem dentro da programação mensal de gastos o indivíduo vai continuar comprando em suaves parcelas. Ele só para quando essas suaves parcelas, de tudo que foi comprado, compromete o pagamento das compras”, diz .

Quem consegue escapar de tal mal, em 80% dos casos não volta a praticá-lo, visto que a pessoa passa a perceber que sobra dinheiro para a realização dos sonhos de consumo. Além disso, diz ele, os consumidores passam a entender a diferença entre os juros bons e ruins, que, a grosso modo, são aqueles que geram receita, provenientes de aplicações; e os que não geram nenhum tipo de renda e estão presentes nas dívidas, respectivamente.