Crédito: 10% dos incluídos em cadastro de inadimplência voltam em um mês

Segundo superintendente da ACSP, em um ano, 50% dos consumidores voltam ao cadastro de inadimplência

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – De acordo com a superintendente de Produtos e Serviços da ACSP, Roseli Garcia, 10% dos consumidores que têm o nome incluído no cadastro de inadimplência, depois de pagarem as dívidas, voltam para o cadastro no período de um mês.

“Quando analisamos no final de um ano, esta proporção sobe para 50%”, disse a superintendente. “Isso significa que a pessoa paga, mas, após um período curto de tempo, já está descontrolada de novo”. A superintendente ainda ligou esta recorrência à situação de inadimplência com a falta de planejamento a longo prazo.

“Na verdade, a pessoa limpa o nome para comprar de novo e, quando compra de novo, ela volta à inadimplência”. A superintendente falou durante o C4 (Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor), nesta quinta-feira (28) em São Paulo.

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Descontrole é da baixa renda?

Na mesma ocasião, Carlos Ximenes de Melo, do Unibanco, afirmou que muito se fala que o consumidor de baixa renda é o que não tem educação financeira, mas, na verdade, o que acontece é que esta parcela da população é frágil. “Estas pessoas não têm reserva”, afirmou.

Ele ainda disse que a educação financeira permite às pessoas trabalharem com projeções, mas a falta de recursos inviabiliza o pensar adiante para a população com menor poder aquisitivo.

Segundo o diretor executivo da Cetelem, Franck Vignard Rosez, a população de baixa renda não tem noção de juros, mas analisa se a parcela cabe no bolso e por quanto tempo pagarão aquela dívida.

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Desafio para as empresas

De acordo com Melo, as empresas estão muito focadas na alta renda, quando o assunto é a concessão de crédito, uma vez que é esta a população que detém maior poder aquisitivo. “O desafio que está colocado é o de explorar a base da pirâmide social”.

O mesmo desafio é apontado pelo diretor executivo da Cetelem, que afirmou que as empresas devem saber falar não ao consumidor quando da tomada de crédito. “Hoje, 30% dos pedidos de crédito são recusados no mundo”.