Crédito mais restrito reflete em queda da inadimplência em dezembro, diz SPC Brasil

Com taxa de juro em ascensão, bancos e lojistas passaram a ter uma postura mais criteriosa para liberar crédito

Nara Faria

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SÃO PAULO – A taxa de inadimplência registrou recuo de 4,4% no mês de dezembro de 2013, comparado ao mesmo período do ano anterior. Com isso, acumula a quarta queda consecutiva.

Este foi o recuo mais acentuado desde o início da nova série histórica, calculada a partir de janeiro de 2012 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A comparação com novembro também mostram queda de 1,73% na inadimplência. Já no acumulado de 2013, o dado encerrou com aumento médio de 2,33%, ante um crescimento de 12,18% da inadimplência observado ao longo de 2012.

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A inadimplência veio em forte ascensão até o final do primeiro trimestre do ano passado, mas a tendência se inverteu a partir de abril, quando o Banco Central passou a aumentar sucessivamente a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Para os economistas do SPC Brasil, este fator encareceu a tomada de crédito no país, impactando o varejo como um todo. Desde então, o volume de atrasos nos pagamentos das compras a prazo passou a intercalar desacelerações com quedas.

Os especialistas garantem que houve uma mudança na postura dos bancos e lojistas, que passaram a exigir mais garantias dos tomadores de financiamentos. “O spread bancário maior e a menor confiança dos comerciantes sugerem que a concessão de crédito está mais rigorosa. O atual cenário é de um consumidor retraído para novas compras e forçado a adequar o próprio orçamento frente a um novo ambiente econômico”, explica o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

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Venda a prazo
Como reflexo de um resultado modesto do Natal e da alta de juros, que impacta no custo dos financiamentos de bens no comércio, o número de consultas ao banco de dados do SPC Brasil para vendas a prazo cresceu 2,90% em dezembro de 2013. O resultado foi pior do que o registrado em igual período de 2012, quando as vendas haviam crescido 5,37%.

A desaceleração nas vendas deve-se ao momento menos favorável ao consumo das famílias, já que o custo para o consumidor comprar a prazo aumentou. De abril para dezembro, a taxa Selic saiu do piso histórico de 7,25% ao ano, para o patamar atual de 10,00%.

Além disso, 2013 foi o quarto ano consecutivo em que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, se manteve acima do centro da meta fixada pelo governo, que é de 4,5%. Na comparação com novembro de 2013, as vendas registraram alta de 28,65%. Nos 12 meses de 2013, o crescimento médio do varejo foi de 4,12% contra 7,16% registrado em 2012.